Filho de pastor da Assembleia de Deus é acusado de articular sedução da esposa para enfraquecer o pai e assumir igreja

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Reprodução/Folha do Estado/Carajás Notícias

O afastamento do pastor Sales Batista de Souza da presidência da Assembleia de Deus Missão em Marabá e a renúncia ao cargo de vice-presidente da Convenção Estadual das Assembleias de Deus no Pará (Comieadepa) revelaram um cenário mais amplo e grave do que inicialmente divulgado.

Denúncias apuradas pela reportagem do Portal Carajás Notícias indicam que o episódio ultrapassa um suposto relacionamento extraconjugal e envolve uma disputa familiar por poder, patrimônio e controle institucional dentro da igreja.

De acordo com fontes internas da denominação, o principal articulador do plano seria Kennedy Salles, filho do pastor.

As informações apontam que, ao longo de anos, teria sido construída uma estratégia para fragilizar moralmente Sales Batista, isolar a esposa, Raquel Viegas, e assumir influência direta sobre os bens da família e decisões da igreja.

Relações familiares e início das suspeitas

Segundo relatos colhidos pela reportagem, Luciana Salles teria sido apresentada a Kennedy pelo próprio Sales Batista.

Na época, Kennedy era casado com uma empresária do ramo de vestuário em Marabá. Fontes afirmam que Luciana atuava como garota de programa quando iniciou um relacionamento extraconjugal com Kennedy, que culminou na separação do casamento anterior.

Posteriormente, Luciana passou a integrar o convívio familiar e religioso, ganhando espaço ao lado de Kennedy.

Foi nesse contexto que, segundo as denúncias, teria se estruturado um plano para enfraquecer a figura de Sales Batista e deslocar o comando patrimonial da família.

Chantagem moral e dependência financeira

As apurações indicam que Kennedy tinha conhecimento do relacionamento mantido entre o pai e sua esposa e teria agido de forma conivente.

Mais do que isso, fontes relatam que ele teria incentivado a aproximação como forma de criar um instrumento de chantagem moral contra o próprio pai.

Ainda conforme os relatos, Kennedy dependeria financeiramente de Sales Batista e teria solicitado grandes quantias de dinheiro durante anos.

Quando o pastor teria interrompido a ajuda financeira, o suposto plano teria sido acelerado, utilizando o relacionamento proibido como meio de pressão.

O envolvimento entre Sales e Luciana, segundo as fontes, teria durado cerca de seis anos.

Investigação doméstica e desconfiança da esposa

As suspeitas de Raquel Viegas, esposa de Sales Batista, teriam se intensificado após perceber que as câmeras de segurança da residência eram desligadas sempre que ela se ausentava para cuidar da filha Kelly Raquel, que enfrenta graves problemas de saúde após sofrer um AVC, em outro estado.

Diante da situação, Raquel contratou um detetive particular, que instalou câmeras ocultas no imóvel.

As imagens, segundo fontes ouvidas pela reportagem, teriam mostrado Kennedy levando a esposa à casa da família durante as ausências da mãe.

Patrimônio, herança e denúncias graves

Fontes ligadas à igreja afirmam que Raquel Viegas administra cerca de 90% do patrimônio familiar, incluindo bens relacionados à instituição religiosa.

O afastamento dela das decisões abriria espaço para que Kennedy assumisse controle total.

Há ainda relatos de uma suposta discussão sobre herança, na qual o filho se consideraria herdeiro único, desconsiderando a irmã em razão de sua condição de saúde.

As denúncias incluem, ainda, menções a um suposto plano de assassinato dentro do núcleo familiar, informação tratada com extrema cautela por fontes internas, dada a gravidade da acusação.

Dúvidas sobre paternidade e crise financeira

Diante do cenário, Raquel Viegas teria solicitado exames de DNA nos três filhos de Luciana, por suspeitar de que uma ou mais crianças possam ser filhas de Sales Batista.

O assunto é tratado de forma reservada no meio familiar e religioso.

Durante as apurações, surgiram também informações sobre uma dívida estimada em R$ 500 mil na Assembleia de Deus Missão em Marabá.

O valor, segundo relatos, teria desaparecido dos cofres da igreja, sem explicações claras, aprofundando a crise interna e a revolta entre fiéis e obreiros.

Drogas, possível fuga e abalo na igreja

Fontes afirmam ainda que Kennedy seria usuário de drogas, o que explicaria os pedidos recorrentes de dinheiro ao pai.

Há também informações de que ele estaria se preparando para deixar o Brasil e se mudar para Portugal, o que não havia se concretizado até a manhã deste sábado (28).

O impacto do escândalo tem sido profundo dentro da denominação.

Pastores, obreiros e membros avaliam deixar o ministério, alegando quebra de confiança, crise moral e colapso da credibilidade institucional.

O posicionamento da igreja

Em nota divulgada na sexta-feira (26), a Assembleia de Deus Missão em Marabá confirmou o afastamento de Sales Batista da presidência e informou que a igreja está em processo de transição para escolha de um novo dirigente, conforme o estatuto, com acompanhamento da Comieadepa.

A instituição também convocou os membros para um período de oração e jejum.

No sábado (27), a Comieadepa comunicou oficialmente que Sales Batista apresentou carta de renúncia ao cargo de 1º vice-presidente.

O presidente da Convenção, pastor Océlio Nauar de Araújo, afirmou que a diretoria será recomposta conforme as normas estatutárias e reafirmou o compromisso com a transparência e a continuidade dos trabalhos.

Nesse sábado (27), um perfil atribuído ao pastor no Instagram divulgou uma nota pública em que Sales Batista pediu perdão aos fiéis, reconheceu falhas pessoais e afirmou estar tratando o momento com oração, reflexão e temor a Deus.

(FE Com informações do site Carajás Notícias)