Um estudo recém-divulgado, intitulado “Cartografias da Violência na Amazônia 2025”, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revela um cenário alarmante na segurança pública de Mato Grosso. O estado tornou-se palco de intensas disputas territoriais envolvendo quatro facções criminosas que buscam controlar áreas estratégicas para o tráfico de drogas e escoamento de cargas.
O levantamento aponta que 14 municípios mato-grossenses estão diretamente envolvidos em conflitos entre os grupos Comando Vermelho (CV), Primeiro Comando da Capital (PCC), Tropa do Castelar e B40. Essas cidades estão localizadas ao longo das rodovias BR-163 e BR-364, os principais corredores logísticos que conectam regiões produtoras de grãos a portos estratégicos do país.
Presença das facções pelo Estado
Ao todo, 92 cidades de Mato Grosso possuem a atuação de ao menos uma das facções mapeadas. O Comando Vermelho tem a presença mais expressiva: está presente em 85 municípios e atua sozinho em 71 deles, consolidando sua hegemonia no território.
Distribuição das outras facções:
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PCC: presente em 14 municípios
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Tropa do Castelar: atua em 5 cidades
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B40: identificada em 3 municípios, sempre em contexto de disputa
Nos 14 municípios em que há confronto direto, predominam embates entre as duas maiores facções, mas há a presença de grupos menores em disputas pontuais:
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CV x PCC: 8 cidades
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CV x Tropa do Castelar: 3 cidades
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CV x B40: 2 cidades
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Cáceres: único município com atuação simultânea de CV, PCC e B40
Segundo o estudo, a escolha dessas áreas não é casual. O controle das rotas logísticas é vital para o funcionamento da economia criminosa, especialmente no transporte de grãos e drogas. A fronteira com a Bolívia também se mantém como ponto crítico: considerada corredor fundamental para o narcotráfico, ela impulsiona o fluxo internacional de cocaína.
Em 2024, Mato Grosso liderou as apreensões da droga na Amazônia Legal, com mais de 23 toneladas confiscadas, reforçando sua importância na rota global do tráfico. (Folha do Estado)









