Policiais agiotas cobravam juros de 50% e compraram aeronave e 30 imóveis com lucros ilegais

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Os policiais militares e ex-PMs alvos da Operação Fides Fracta, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) na manhã desta quarta-feira, 26 de novembro, eram sócios em um esquema de agiotagem e extorsão que faturou mais de R$ 24 milhões e ainda tinham uma aeronave para coordenação da organização que atuava em Cuiabá, Várzea Grande e Goiânia (GO).

A ação deu cumprimento de 28 mandados de busca e apreensão e 22 mandados de sequestro de bens. Durante cumprimento das ordens judiciais, cinco dos alvos foram presos em flagrante por porte ou posse ilegal de arma de fogo.

De acordo com as investigações, seis dos alvos são PMs da ativa, dois são aposentados e um deles pediu exoneração do cargo. Esse último em questão, identificado como T.A.S., é apontado como líder do esquema.

A reportagem apurou que o grupo fazia o empréstimo de dinheiro de pessoa física para pessoa física e cobrava juros de 50%, considerado abusivo. Além da aeronave, o grupo adquiriu, em um curto espaço de tempo, mais de 30 imóveis no estado.

As investigações, que começaram em 2021, após a identificação do enriquecimento ilícito dos investigados, partiram da Corregedoria da Própria PM.

A Polícia acredita que o dinheiro usado na agiotagem tenha sido gerado de uma empresa de compra e venda de veículos, que está em nome de um dos investigados, onde ele simulava um financiamento, recebia pela falsa compra do veículo e usava o dinheiro para empréstimos com juros altos.

A ação tem como objetivo colher provas para responsabilização criminal dos envolvidos, impedir a dissipação de bens adquiridos com recursos ilícitos e garantir a efetividade da persecução penal. (Estadão de MT)