Cidades de MT devem contar com nova tecnologia contra a dengue

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Em 2026, ao menos dois municípios de Mato Grosso devem ser beneficiados com uma das tecnologias considerada mais avançada e segura no controle do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya.

Trata-se do método “Wolbachia”, estratégia já implementada em diversas cidades do país, com reduções expressivas nos casos de arboviroses.

A ampliação do método foi anunciada, na última segunda-feira (3), pelo Ministério da Saúde, durante o lançamento da campanha nacional “Não dê chance para dengue, zika e chikungunya”.

Na oportunidade, também foram anunciados mais R$ 183,5 milhões para ampliar o uso de novas tecnologias de controle vetorial em todo o país.

Entre este ano e 2026, a expectativa do ministério é ampliar o método para 57 novos municípios brasileiros.

Do total, 13 devem ser beneficiados com a adoção da técnica ainda em 2025. As demais (44), incluindo Cuiabá e Várzea Grande, no próximo ano.

Conforme informações do MS, o método “Wolbachia” consiste na produção de mosquitos infectados com a Wolbachia, uma bactéria que é encontrada em centenas de espécies de insetos, mas não transmite nenhuma doença.

No entanto, ela bloqueia o desenvolvimento dos vírus dentro do Aedes aegypti, diminuindo significativamente sua transmissão.

Quando os mosquitos com a bactéria são liberados no ambiente, eles se reproduzem com mosquitos selvagens, ajudando a formar uma nova geração com menor capacidade de transmitir essas arboviroses.

Com o tempo, a proporção de mosquitos com a Wolbachia aumenta, dispensando novas liberações.

No país, entre as 12 cidades que já receberam o método está Niterói (RJ), onde o resultado foi a redução de 89% dos casos de dengue, 60% de chikungunya e 37% de zika na cidade.

A escolha dos municípios prioritários é feita pelo órgão federal com base em indicadores epidemiológicos.

Outro reforço anunciado pelo MS será a ampliação das medidas como o uso das Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDL), a técnica do inseto estéril e a borrifação residual intradomiciliar, com aplicação de inseticida de longa duração dentro das residências.

No Estado, mais de 15 cidades já contam com as EDLs.

Para o ano que vem, a expansão será gradual com prioridade para municípios com mais de 50 mil habitantes e maior incidência de casos.

DIA D – Neste ano, a mobilização nacional, conforme o MS, tem como “Contra o mosquito, todos do mesmo lado” e busca mobilizar a população e os profissionais de saúde para eliminar criadouros e reforçar a responsabilidade coletiva.

Pelo cronograma do MS, o dia “D” de prevenção está previsto para acontecer no próximo sábado (8), com ações de conscientização em todo o país.

Segundo o MS, o 3º Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), realizado em 3.223 municípios entre agosto e outubro deste ano, apontou que 30% dos municípios estão em situação de alerta para dengue, chikungunya e Zika.

OUTROS DADOS – Neste ano, até outubro passado, dados do Painel Arboviroses da Secretaria de Estado de Saúde apontam que Mato Grosso registra 35.759 casos prováveis de dengue, além de 21 óbitos confirmados e 15 em investigação pela doença.

A taxa de incidência é de 932,10 casos para cada 100 mil habitantes.

Já em relação a chikungunya são 50.566 casos prováveis (1.318 casos/100 mil), 65 mortes confirmadas e 25 ainda em análise.

Quanto a zika, o Estado tem 1.445 casos prováveis e nenhum óbito. (Diário de Cuiabá)