A Justiça de Mato Grosso determinou a transferência dos advogados Nauder Júnior Alves Andrade, Pauly Ramiro Ferrari Dourado e Paulo Renato Ribeiro, que tentaram fugir do Centro de Ressocialização Ahmenon Lemos Dantas, em Várzea Grande, na madrugada de quarta-feira (5).
Eles serão encaminhados para a Penitenciária da Mata Grande em Rondonópolis, única unidade prisional, além da Ahmenon, que tem sala de Estado-Maior.
A decisão foi tomada pelo juiz Gabriel da Silveira Matos, da 2ª Vara Criminal de Várzea Grande, durante audiência de custódia realizada na tarde de ontem.
Na decisão, consta que Nauder e Paulo alegaram terem sido agredidos com chutes. Já Pauly relatou que sofreu agressões de um ex-diretor da penitenciária Ahmenon.
“Sem ingressar no mérito das alegações, a suposta abordagem narrada pelos autuados como ocorrida na madrugada desta data, em que teriam sido agredidos por agentes e colocados nus para revista, bem como o temor de novas agressões comunicado por membros da Comissão de Prerrogativas da OAB/MT, bem como o adiantado da hora (20:28hs no final da elaboração desta decisão), justifica ação extraordinária de requisição de transferência dos presos”, escreveu o juiz.
Segundo magistrado, a possibilidade de transferência é possível uma vez que Nauder, Paulo e Pauly estão presos preventivamente.
Já o advogado Fábio Monteiro, o quarto envolvido na tentativa de fuga, que cumpre pena de 22 anos pelo homicídio do investigador da Polícia Civil de Rosena (SP), Anézio Dias da Silva, ocorrido em 2005, vai ser mantido na Ahmenon porque a condenação já transitou em julgado.
“Em não havendo outra em MT a não ser aquela da Penitenciária da Mata Grande em Rondonópolis, defiro o pedido, devendo na sequência ser solicitada a anuência da Juíza Corregedora daquele Presídio, consignando que já lhe pedi a “pré-anuência” por telefone neste momento”, decidiu.
Nauder Andrade foi condenado pelo Tribunal do Júri de Cuiabá, em 30 de junho, a 10 anos de prisão em regime inicial fechado pela tentativa de feminicídio contra a então namorada.
Já Pauly Dourado foi alvo da Operação Patrono do Crime, deflagrada em abril. Ele é acusado de integrar organização criminosa, tráfico de drogas, fraude processual, falsidade ideológica, favorecimento pessoal, comércio ilegal de arma de fogo e outros.
Paulo Ribeiro, de Colniza, foi preso em agosto por injúria, calúnia, difamação e ameaça. Ele é acusado de divulgar em grupos de WhatsApp da cidade informações falsas contra policiais, políticos e magistrados, imputando-lhes a prática de variados crimes.
A tentativa de fuga
Segundo a Secretaria de Estado de Justiça (Sejus), por volta de uma hora da manhã, um policial que estava na torre de vigilância ouviu barulho vindo da sala e solicitou que a equipe em terra fizesse a checagem. Ao entrar no local, os policiais penais verificaram que o ferrolho da grade do banho de sol estava solto, demostrando que foi danificado.
Foi solicitado apoio de equipes especializadas da Polícia Penal e Polícia Militar e realizada a entrada na sala de Estado-Maior para revistas dos presos. Um dos detentos tentou avançar contra um policial e ameaçou as equipes.
Durante a revista, foram encontrados indícios que caracterizam a tentativa de fuga e diversos materiais ilícitos no espaço.
Os quatro detentos que estavam na sala foram encaminhados à Central de Flagrantes da Polícia Civil em Várzea Grande e foram autuados em flagrante pelos delitos de associação criminosa e dano qualificado.
Em seguida, foram encaminhados ao Instituto Médico Legal de Cuiabá para exames de corpo de delito e serão apresentados em audiência de custódia do Poder Judiciário. (Midianews)








