Nesta quarta-feira (29), o deputado estadual Wilson Santos (PSD) apresentou um projeto de lei que prevê a responsabilização de pais, mães ou tutores legais por menores flagrados usando cerol, linha chilena ou outros materiais cortantes em pipas, em Mato Grosso.
O debate foi levantado após a morte do menino Davi Almeida, de 9 anos, atingido por uma linha com cerol no último domingo (26) em Várzea Grande.
Durante a sessão plenária, o deputado lamentou o caso e defendeu medidas mais rígidas.
“Me solidarizo com a família do garoto, vítima de uma linha chilena com cerol. Eu imagino a dor que esse menino sofreu. De bicicleta, próximo à sua casa, tendo o pescoço cortado, morrendo na hora. É uma tragédia, uma vida perdida de forma tão absurda, por motivos fúteis e banais”, disse.

Foto: Corpo de Bombeiros
O projeto define como linhas cortantes aquelas que contenham vidro moído, óxido de alumínio, pó de quartzo, silício ou qualquer substância abrasiva capaz de causar ferimentos. Caso o material seja encontrado com menores de idade, o jovem será encaminhado ao Conselho Tutelar, que notificará os responsáveis em até 24 horas.
Na primeira ocorrência, haverá advertência; em caso de reincidência, os pais poderão ser multados e obrigados a participar de programas educativos de orientação familiar.
Além disso, o deputado lembrou que o artigo 132 do Código Penal Brasileiro já prevê punição para quem expõe a vida de terceiros a perigo direto, com pena de um a três anos de detenção, embora a aplicação dessa lei alcance raramente os casos envolvendo linhas cortantes.
Operação e ações em Várzea Grande
No mesmo dia em que o projeto foi apresentado, a Guarda Municipal de Várzea Grande iniciou a “Operação Céu Azul”, com foco em coibir o uso e a venda de linhas com cerol. As ações envolvem fiscalizações em comércios e atividades educativas para alertar a população sobre os riscos desse tipo de material.
Na Câmara Municipal do município, o tema também dominou as discussões. A vereadora Lucélia Oliveira (AGIR) manifestou pesar e defendeu maior rigor na fiscalização.
“É preciso fiscalizar também a venda desses produtos, para que nenhuma criança ou mesmo adultos tenha sua vida ceifada”, declarou.
O vereador Alessandro Moreira (MDB) lembrou que o município já possui uma lei proibindo o uso de linhas com cerol, de autoria da vereadora Rosy Prado (UNIÃO), e apresentou o Requerimento nº 131/2025, propondo uma audiência pública para discutir estratégias de prevenção e conscientização.
A proposta foi aprovada por unanimidade e deve reunir representantes de órgãos de segurança, educação e defesa civil para definir medidas conjuntas de enfrentamento ao problema, que, mais uma vez, deixou uma vítima e uma comunidade em luto.
O caso
Davi Almeida Franco, de apenas 9 anos, morreu ao ser atingido por uma linha de cerol enquanto andava de bicicleta, na tarde deste domingo (26), próximo da UPA do Cristo Rei, em Várzea Grande.
Conforme informações da Guarda Municipal, o menino andava de bicicleta próximo da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Cristo Rei, na rua Japuíra, quando foi atingido por linha de cerol no pescoço.
Moradores tentaram socorrê-lo, mas o menino não resistiu e morreu antes da chegada das equipes de emergência. (Primeira Página)
 
		 
			







