MT tem mais 4 casos de intoxicação por metanol em investigação

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Além de um caso já confirmado, Mato Grosso investiga mais quatro notificações suspeitas de contaminação por metanol após o consumo de bebida alcoólica. De acordo com a Secretaria de Estado Saúde, os pacientes são de Cuiabá (1), Várzea Grande (2) e Água Boa (1). Outros dois casos foram descartados.

No Estado, o primeiro caso foi confirmado na quarta-feira (22), envolvendo um jovem, de 24 anos, morador de Várzea Grande, cidade vizinha à Capital. Ele não corre risco de morte, mas até essa sexta-feira (24) seguia internado, além de ter apresentado lesão ocular irreversível, uma das complicações mais graves decorrentes da exposição ao metanol.

Também são de Várzea Grande outras duas notificações. Os dois pacientes, ambos do sexo masculino, de 30 e 21 anos, permanecem hospitalizados e aguardam o resultado laboratorial oficial.

Já em Cuiabá, uma jovem, de 18 anos, recebeu alta hospitalar na quinta-feira (23), mas o caso segue em investigação, segundo a Secretaria de Estado de Saúde. Em Água Boa (730 km ao Nordeste de Cuiabá), o paciente, de 27 anos, também permanece internado e aguardando resultado dos exames laboratoriais. Ele passou mal e perdeu a visão, após ingerir uísque de uma garrafa comprada no município.

ANÁLISE TÓXICOLÓGICA – Para acelerar a análise de amostras de sangue de casos suspeitos, o Laboratório Central de Saúde Pública do Estado (Lacen-MT) firmou um termo de cooperação técnica com a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec). Sem essa parceria, o material teria que ser encaminhado para um laboratório em Campinas (SP), referência do Ministério da Saúde (MS).

“A ação interinstitucional permite que as amostras de sangue de pacientes com suspeita de intoxicação por metanol sejam analisadas em até 10 dias pelo Laboratório Forense da Politec para o exame de dosagem alcóolica”, disse a diretora do Lacen-MT, Elaine de Oliveira.

As análises seguem o fluxo padronizado estabelecido pelo Governo do Estado, que envolve a recepção, custódia e encaminhamento de amostras pelos hospitais dos municípios para o Lacen e, posteriormente, o envio ao Laboratório Forense da Politec, responsável pela análise toxicológica.

Conforme informações da assessoria de imprensa, o exame é realizado no equipamento cromatografia gasosa (CG) e o detector de ionização de chama (FID) que separa os componentes da amostra, como álcool e metanol. O resultado da análise é um gráfico que mostra picos correspondentes a cada substância que passa pelo detector, com a altura ou área do pico sendo proporcional à concentração dos compostos.

Diretor-geral da Politec, Jaime Trevizan Teixeira, reforçou que o trabalho da perícia em Toxicologia Forense da Politec foi peça-chave para transformar em evidência técnica o primeiro caso confirmado de intoxicação por metanol no Estado. “É por meio da atuação técnica dos peritos que se torna possível identificar, com precisão científica, a presença dessa substância tóxica em bebidas, sangue, ou materiais recolhidos em locais de apreensão”.

Desde maio de 2025, a Politec, em conjunto com o Departamento de Química da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), incorporou exames para detectar metanol em casos de suspeita de intoxicação. A instituição também apoia investigações de casos suspeitos em Mato Grosso do Sul, fortalecendo a segurança e a saúde pública regional. (Diário de Cuiabá)