Mato Grosso vive uma escalada dos casos de malária neste ano, que chegaram a 533 entre os meses de janeiro a setembro. A expansão da doença já atingiu 23 cidades e levanta alerta, principalmente para Colniza e Aripuanã que concentram os maiores números da doença.
A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) chegou a emitir um alerta epidemiológico nesta quinta-feira devido ao crescimento de casos, sobretudo na região noroeste do estado. Juntos, os municípios concentram mais da metade dos casos autóctones, ou seja, quem contraiu a malária naturalmente no próprio território, sem ter se deslocado para outras regiões.
No alerta, há uma diferença entre os casos autóctones e aqueles que são apenas notificados. Nessa divisão, os notificados englobam tudo, desde quem se infectou em outro lugar, mas buscou atendimento na cidade, até aqueles que se infectaram no próprio município. No que se refere aos casos notificados, em primeiro lugar está Colniza, com 141 casos; em segundo, Aripuanã com 67 casos; e em terceiro está Pontes e Lacerda, com 87 casos (desses 82 contraíram fora do município).
Um dos motivos apontados pela pasta como fator de aumento dos casos é a dispersão rápida de pessoas em áreas de garimpo ilegal. Com a saída das pessoas e retorno para áreas urbanas, a doença tem mais chances de se espalhar nos municípios. O alerta ainda citou a desocupação feita em agosto na Terra Indígena Sararé, localizada em Pontes e Lacerda.
Outros municípios afetados pelos casos de malária são Rondolândia, Vila Bela da Santíssima Trindade, Peixoto de Azevedo e Conquista D’Oeste. Os outros 16 não foram citados no documento oficial.
Entre algumas das medidas recomendadas pela SES-MT estão a distribuição e instalação de mosquiteiros impregnados e a avaliação de ações como a pulverização residual em localidades de alta incidência. Bem como a cooperação entre diferentes órgãos, como DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena) e FUNAI (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) para promover ações de vigilância, diagnóstico, prevenção e controle da transmissão nas áreas prioritárias.
“É essencial intensificar vigilância, diagnóstico precoce e controle vetorial imediato para evitar agravamento do cenário epidemiológico”, afirmou no alerta. (RD News)