Déficit de R$ 120 milhões faz Cuiabá decretar alerta na saúde

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O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), anunciou que publicará nos próximos dias um decreto de alerta financeiro voltado exclusivamente à Secretaria Municipal de Saúde. A medida tem caráter preventivo e busca chamar a atenção para o déficit projetado para 2026 estimado em R$ 364 milhões, dos quais R$ 120 milhões estão concentrados na saúde.

Segundo o gestor municipal, a situação fiscal crítica é reflexo de decisões equivocadas e práticas administrativas da gestão anterior, que continuam impactando as contas do município.

“Estamos chegando ao limite. Só na saúde, temos um déficit mensal de cerca de R$ 7 milhões entre o que arrecadamos e o que precisamos gastar. Ainda assim, continuamos investindo e mantendo todos os serviços. Mas precisamos de uma sinalização clara de que a situação é crítica”, afirmou o prefeito.

O que é o decreto de alerta financeiro

Diferente de um decreto de calamidade pública, o decreto de alerta não flexibiliza contratações, não permite dispensas de licitação e não altera a rotina legal da administração. Ele funciona como um comunicado oficial ao Executivo, Legislativo e sociedade sobre o risco de a Prefeitura não conseguir honrar todos os compromissos até o fim do ano.

A medida também orienta a gestão a priorizar gastos, buscar soluções administrativas e pressionar por apoio do Governo do Estado e da União antes que a situação se agrave.

“Enquanto o decreto de calamidade reconhece uma situação crítica que impede a manutenção dos serviços essenciais, o alerta financeiro é preventivo. Ele nos dá tempo para agir e organizar as finanças sem comprometer as atividades da Prefeitura”, explicou Brunini.

Empresa Cuiabana vai auditar contas da instituição durante gestão do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). (Foto: Reprodução)
Cuiabá abre seletivo da Saúde com salário de até R$ 10,9 mil. (Foto: Reprodução)

Herdado da gestão anterior

O prefeito destacou que problemas estruturais, como contratos antigos, dívidas sem cobertura orçamentária e previsões de gastos subestimadas, especialmente na saúde, continuam afetando a administração.

“Mesmo com o fim do decreto de calamidade, a realidade financeira não melhorou. Precisamos seguir investindo na saúde, que é nossa prioridade, mas isso tem impactado todas as áreas da Prefeitura”, afirmou.

Investimentos e manutenção de serviços

Apesar das dificuldades, a Prefeitura assegura que nenhum profissional da saúde será demitido. Contratos antigos estão sendo encerrados conforme Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), e novos processos seletivos emergenciais foram abertos para substituição desses trabalhadores, garantindo contratações mais econômicas e transparentes.

Entre os avanços na saúde, destacam-se:

  • Conclusão do Centro Médico Infantil (CMI);
  • Entrega de novo aparelho de ressonância magnética no Hospital São Benedito;
  • Investimento de R$ 59 milhões em medicamentos;
  • Chamamento de novos profissionais da saúde.

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Brunini reforçou que está em contato com o Governo do Estado e com a bancada federal de Mato Grosso para garantir novas emendas parlamentares e recursos federais. “Sem esse reforço financeiro, fica cada vez mais difícil manter a qualidade dos serviços. Estamos fazendo tudo ao nosso alcance com recursos próprios, mas a ajuda externa é essencial para equilibrar as contas e garantir atendimento à população”, concluiu.

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