Dois casos de sarampo em Primavera do Leste (231 km ao sul de Cuiabá) acenderam o alerta para a saúde pública de Mato Grosso. A doença foi confirmada nesta quarta-feira (24), durante uma das ações da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) de prevenção à doença. Um comunicado alertando para o risco de surto já foi emitido pela pasta.
Os pacientes infectados não tinham registros de vacina, fizeram viagem recente à Bolívia e tiveram contato com pessoas que estavam com sarampo. Os casos agora estão sob o controle e monitoramento da Vigilância Municipal e familiares próximos dos infectados foram vacinados.
Além disso, equipes da SES e do Ministério da Saúde irão se deslocar para acompanhar o manejo dos pacientes in loco.
Em 2025, foram notificados 63 casos suspeitos de sarampo em Mato Grosso, sendo esses dois os primeiros confirmados. Outros 48 foram descartados e 13 permanecem em investigação.
A SES-MT divulgou aos médicos do estado um comunicado de risco de surto de sarampo.
Em resposta ao Gazeta Digital, a secretaria informou que o alerta de risco é usado apenas para “informar e orientar profissionais dos municípios de Mato Grosso”. A reportagem também questionou se os casos devem preocupar a população, mas não obteve resposta até esta publicação.
Vacinação
Desde agosto deste ano, Mato Grosso adotou a estratégia de dose zero da vacina contra o sarampo (destinada às crianças entre 6 e 11 meses e 29 dias). O público entre 6 e 8 meses e 29 dias recebe a vacina dupla viral (sarampo e rubéola) e quem tem mais de 9 meses é imunizado com a tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba).
A imunização extra em Mato Grosso segue uma recomendação do Ministério da Saúde, devido ao risco de reintrodução do vírus, e não substitui as doses do calendário vacinal de rotina, que devem ser mantidas aos 12 e 15 meses. A dose zero representa, portanto, uma proteção antecipada diante do atual cenário.
Um adulto sem registro de doses contra o sarampo ou com esquema incompleto deve procurar um posto de saúde para completar o esquema vacinal. De 1 ano a 29 anos, são recomendadas duas doses; já de 30 a 59 anos, é recomendada uma dose. Pessoas com mais de 60 anos não podem receber novas doses da vacina. (Gazeta Digital)