Polícia desmantela esquema de tráfico, extorsão, tortura e lavagem

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Reprodução/PJC

A Polícia Civil deflagrou, nesta terça-feira (16), a Operação Primatus, para desarticular um grupo formado por membros da facção Comando Vermelho, que comandava um esquema de tráfico de drogas e outro de extorsão a garimpeiros e compradores de ouro em Aripuanã (1.002 km a Noroeste de Cuiabá).

A ação é realizada pelas Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Delegacia Especializada de Repressão ao Crime Organizado (Draco) e Delegacia de Aripuanã.

Foram sendo cumpridos 26 mandados de prisão preventiva, 26 de busca e apreensão, quatro bloqueios de valores, quatro sequestros de veículos e duas suspensões de atividades econômicas de empresas.

Quase todas as ordens judiciais foram cumpridas em Aripuanã. Apenas três mandados de prisão, que são em penitenciárias, foram cumpridos em Cuiabá.

A operação investiga um grupo criminoso que se associou para praticar os crimes de tráfico de drogas, homicídios, extorsões, ameças, tortura e lavagem de dinheiro em Aripuanã.

Todos os envolvidos são ligados à facção criminosa, que é atuante em Mato Grosso.

Foram realizados dois meses de investigações, que apontaram um robusto esquema organizacional dentro do grupo criminoso, com suspeitos responsáveis pela liderança, por julgamentos, pelos castigos (conhecidos popularmente como “salves”, por extorsões a comerciantes, pela distribuição de drogas e, até mesmo, pelo “controle de qualidade” dos entorpecentes.

Havia também membros responsáveis por distribuir cestas básicas a pessoas carentes, como forma de cativar as famílias vulneráveis.

Essas cestas eram adquiridas com dinheiro do tráfico, ou por pessoas que eram obrigadas a comprar, a mando da facção, por terem cometido algum ato que desagradasse o grupo criminoso.

“A Operação Primatus é fruto de uma investigação que nos possibilitou identificar, qualificar e entender a atuação dessa facção criminosa em Aripuanã. Inclusive, a maior parte dos alvos já possuem antecedentes criminais”, disse o delegado Rodrigo Azem, da Draco, responsável pela investigação.

EXTORSÃO A GARIMPEIROS – As investigações apontaram, ainda, que o grupo atuava em outro ramo criminoso.

Havia uma parte da facção que vinha extorquindo compradores de ouro, garimpeiros e proprietários de áreas de extração de minério em Aripuanã.

Por meio de grave ameaça, os criminosos estavam c

obrando até 2% sobre a comercialização de ouro e na venda de áreas de exploração na região.

Esse mesmo braço do grupo também atuava no ramo de cobrança de dívidas particulares, recebendo repasses de credores, em troca de ficar com um percentual do montante recuperado.

MANDADOS – Diante da investigação, o delegado Rodrigo Azem representou pelas 62 ordens judiciais, que foram deferidas pela Justiça e são cumpridas nesta terça-feira (16).

Dos 26 mandados de prisão, quatro foram cumpridos em unidades penitenciárias de Cuiabá, e os demais, em endereços em Aripuanã.

O bloqueio de valores é de até R$ 1 milhão.

Foram sequestrados quatro veículos, uma picape RAM 3500, uma Toyota Hilux, um Chevrolet Camaro e uma Dodge Ram.

Duas empresas tiveram as atividades econômicas suspensas, uma do ramo de terraplanagem e outra de comércio de alimentos, ambas em Aripuanã.

Participam da operação 80 policiais civis da GCCO, da Draco, da Delegacia de Aripuanã, da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), do Ciopaer e das regionais de Alta Floresta, Guarantã do Norte, Juína, Sinop e Tangará da Serra. (Diário de Cuiabá)