Carne bovina continua cara e não deve baixar tão cedo; entenda

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O preço da carne caiu 0,43% em agosto no Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), acompanhando uma sequência de pequenas quedas mensais que começou no primeiro semestre.

Mas essa tendência não foi suficiente para aliviar o bolso do consumidor e nem deve continuar nos próximos meses, segundo especialistas ouvidos pelo g1.

A previsão, inclusive, é que o preço volte a aumentar em breve, impulsionado pelo ritmo forte das exportações, maior consumo interno e redução no número de bois abatidos até 2027.

Inflação da carne entre setembro de 2024 e agosto de 2025 — Foto: Arte g1

Inflação da carne entre setembro de 2024 e agosto de 2025 — Foto: Arte g1

Nos últimos 12 meses, a carne bovina acumulou inflação de 22,17%. Cortes mais populares, como acém, peito e músculo, estão entre os que mais encareceram:

Inflação dos cortes bovinos nos últimos 12 meses

  • Acém: 29,1%
  • Peito: 27,4%
  • Músculo: 24,6%
  • Paleta: 24%
  • Costela: 23,6%
  • Alcatra: 23,5%
  • Lagarto comum: 23%
  • Patinho: 22,1%
  • Chá de dentro: 21,7%
  • Contrafilé: 21,4%
  • Capa de filé: 21,4%
  • Lagarto redondo: 19,8%
  • Filé-mignon: 19,1%
  • Cupim: 17,2%
  • Fígado: 15,6%
  • Picanha: 12,1%

Fonte: IBGE

Carne bovina — Foto: Unsplash

Carne bovina — Foto: Unsplash

Tarifaço não conteve exportações

Um dos fatores que ajudam a explicar os preços altos é a exportação da carne brasileira, que continua aquecida mesmo após o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O setor se adaptou à nova realidade. Em agosto, os Estados Unidos caíram da segunda para a quinta posição entre os maiores compradores da carne brasileira, atrás de China, México, Rússia e Chile.

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), o México foi o destaque. De janeiro a julho, o Brasil exportou três vezes mais carne para o país do que no mesmo período de 2024.

A previsão da Abiec é de que o volume exportado em 2025, para todos os países, seja 12% maior que o registrado em 2024.

“O tarifaço afetou a nossa exportação para os Estados Unidos, mas como o Brasil está muito bem-posicionado globalmente, a gente rapidamente encontrou novos mercados”, diz Fernando Henrique Iglesias, analista do Safras & Mercados.

Com parte da produção voltada para o exterior, sobra menos carne no mercado interno. Isso mantém os preços elevados, afirma Iglesias. (Fonte: G1 MT)