Mulher é acusada de encomendar assassinato de advogado por R$ 120 mil

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Cleusa Bianchini, de 68 anos, acusada de mandar matar o advogado José Antônio da Silva, de 65, encomendou o assassinato por R$ 120 mil, segundo a polícia. Investigações apontam que ela teria pago apenas R$ 30 mil e ficou devendo R$ 90 mil aos executores.

A motivação do crime seria uma dívida de R$ 4,5 milhões em honorários que ela tinha com o advogado e queria se livrar do pagamento.

José Antônio foi encontrado morto, com sinais de tortura e um tiro na cabeça, no dia 26 de junho, no quintal da casa dele, em Nova Ubiratã (a 246 km de Cuiabá).

De acordo com a investigação da Polícia Civil, para encomendar o crime, Cleusa contou com a ajuda do seu filho, Alessandro Henrique Vageti, de 47 anos, e sua neta Giovanna dos Santos Vageti, de 23. Os três estão presos desde o dia 26 de julho.

A polícia identificou ainda que os contratados para a execução do advogado são Klevinmar Cardoso Silva, que atuou como intermediário, e Kall Higor Pereira Machado, vulgo “Mete Bala”, que atuou como executor.

Kelvinmar morreu no dia 18 de julho em um acidente de trânsito considerado suspeito, pouco tempo após cobrar os R$90 mil a Cleusa e Alessandro.

Kall continua foragido.

O caso

O advogado José Antônio da Silva atuou como representante de Cleusa Bianchini em uma ação de reintegração de posse de uma propriedade rural de aproximadamente 218 hectares. O honorário estipulado seria de 20% da terra, correspondente a 43,6 hectares, o que totaliza cerca de R$4,5 milhões.

O honorário não teria sido pago por Cleusa e José Antônio passou a cobrá-la na Justiça. Em razão das cobranças, o advogado passou a ser ameaçado e chegou a avisar familiares sobre as ameaças sofridas, chegando a dizer que registrou boletim de ocorrência, pois havia recebido mais de 20 ameaças de morte.

Em um áudio enviado à sua sobrinha, José chegou a dizer o nome de Cleusa e Alessandro, pedindo que os nomes fossem guardados.

Ainda de acordo com as investigações, Cleusa passou cerca de três anos insistindo para Kelvimar realizar o serviço de matar o advogado, mas ele recusava.

A namorada e a mãe de Kelvinmar prestaram depoimentos à polícia e relataram que ele era constantemente procurado por Cleusa Bianchini. Em uma das ocasiões, a mandante chegou a dizer que uma sobrinha dela havia pego dinheiro para realizar o serviço de matar o advogado, mas teria dado o calote nela.

Kelvinmar trabalhava em uma loja que funcionava em um ponto comercial que pertencia a Cleusa e chegou a ficar preso por um tempo em razão de outro crime que cometeu. Quando saiu da cadeia, em junho deste ano, o intermediário aceitou ajudar no assassinato do advogado.

Foi ele quem comprou a arma usada para atirar em José Antônio. A pistola custou 8 mil reais. Também foi Kelvinmar que chamou Kall Higor para executar a vítima.

Antes de matar José Antônio, o assassino teria praticado atos de tortura contra o advogado, chegando a cortar os dedos dele. Posteriormente, Kall deu um tiro na cabeça da vítima.

Para tentar dificultar as investigações, Giovanna dos Santos Vageti, ligou para a polícia e fez uma denúncia falsa sobre maus tratos a animas na casa do advogado.

Chegando lá, os policiais encontraram o corpo de José Antônio, que estava morto há vários dias.

Cobranças

Kelvinmar passou a cobrar Cleusa e Alessandro os R$90 mil que eles estavam devendo pelo assassinato do advogado. Com o passar dos dias e sem receber o dinheiro, o intermediário passou a consumir drogas e bebidas alcoólicas em excesso, apresentando comportamento alterado.

Em determinado dia, ele fez cobranças públicas a Cleusa, chegando a chamá-la de assassina.

Hora após a cobrança, ele sofreu um acidente de trânsito e morreu. O acidente é considerado suspeito pela polícia. (Repórter MT)