Os 11 alvos da Polícia Civil acusados de corrupção no Tribunal de Justiça de Mato Grosso terão bloqueados bens em até R$ 21,7 milhões, montante apurado das fraudes na instituição.
A Operação Sepulcro Caiado foi deflagrada no começo da manhã desta quarta-feira (30) para investigar um esquema de falsificações e fraudes. A decisão do bloqueio é do juiz Moacir Rogério Tortato.
Entre os bens apreendidos estão fazendas, terrenos, carros e apartamentos de luxo, em Cuiabá, Várzea Grande e na cidade paulista de Marília.
Um dos que mais tiveram bens apreendidos foi o empresário João Gustavo Ricci Volpato, apontado como líder do esquema.
Ele teve apreendidos dois carros importados e um apartamento no Condomínio Brasil Beach, em Cuiabá, conhecido por ter a maior piscina do País em extensão.
Teve ainda quatro lotes apreendidos – entre eles, um no Condomínio Alphaville, além de cinco apartamentos.
Apontados como integrantes do esquema, os advogados Wagner Vasconcelos de Moraes e Melissa Franca Praeiro Vasconcelos de Moraes também tiveram bens apreendidos.
São quatro apartamentos: um do Edifício Montreal, um no Residencial Pacem, um no Edifício Vitória Régia e um no Edifício Uniko 87.
A apreensão compreemde ainda um lote no Condomínio Alphaville e outro no bairro Cidade Alta.
Peça considerada “estratégica” no esquema, Mauro Ferreira Filho, servidor do Tribunal de Justiça, tece apreendido um veículo Toyota, uma carreta reboque, uma lancha e um jet ski.
Também foi apreendido um lote no Pesqueiro Valle das águas, em Acorizal (62 km ao Norte de Cuiabá) e uma casa no Condomínio Florais dos Lagos, na Capital.
FORAGIDO – Mauro Ferreira Filho não foi localizado pelos policiais e é considerado foragido, conforme informou o delegado Pablo Carneiro, que comanda as investigações.
A operação investigou um suposto esquema de ajuizamento de ações de execuções fraudulentas, que pode ter dado um prejuízo de R$ 21 milhões aos cofres do Tribunal de Justiça.
Mauro atuava diretamente no setor responsável pelas transferências da conta única do Tribunal para contas vinculadas aos processos judiciais fraudulentos.
Segundo o delegado, ele era peça-chave no esquema.
“Esse servidor conseguia fazer a movimentação da conta única do TJ. São valores antigos, de processos que estão parados há vários anos. Ele transferia valores dessa conta para contas vinculadas aos processos”, explicou o delegado, que é da Delegacia Especializada de Estelionato de Cuiabá.
Na operação, foram cumpridos mais de 160 ordens judiciais, sendo 11 mandados de prisão preventiva, 22 mandados de busca e apreensão, 16 ordens de bloqueio judicial totalizando mais de R$ 21,7 milhões, além de 46 quebras de sigilo fiscal e bancário e sequestro de 18 veículos e 48 imóveis. (Diário de Cuiabá)