Eraí Maggi faz intermediação de empresas com o Governo Trump

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A meta de Eraí é construir soluções para o momento de crise econômica - Foto: Reprodução

O megaempresário do agronegócio, Erai Scheffer Maggi (PP), primo do também megaempresário Blairo Maggi (PP), está indiretamente negociando com industriais e empresários norte-americanos, visando pressionar a Casa Branca e, por outro lado, pressionando o Palácio do Planalto, para que ambos sentem a mesa de negociação e encontrem caminhos que contemplem ambas as partes.

A meta de Eraí é construir soluções para o momento de crise econômica, por causa da taxação das exportações de produtos brasileiros para os Estados Unidos em 50% – que deve começar a valer na sexta-feira (1º) -, tentando redimensionar o prejuízo, que já é quase certo, e demonstrando que os efeitos das medidas será “bate-volta”: vai atingir tanto o Brasil como os Estados Unidos, só que de forma mais acentuada aos brasileiros, já que o país compra mais do que vende.

“Estou atendendo a alguns pedidos e ampliando meus contatos internacionais, sem interferências ou pedidos políticos”, disse ele. Ele disse falar, principalmente, sobre um pedido da Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica), administrada por Francisco Gomes Neto, que admitiu à imprensa se favorável à negociação e contrário a uma eventual retaliação do Governo do Brasil, que pode se utilizar da Lei da Reciprocidade, admitida entre os países.

A Embraer havia projetado um faturamento consolidado de até US$ 7,5 bilhões (ou R$ 41,7 bilhões) para 2025, mas já estaria revisando esses valores, com receio de cancelamentos ou, até mesmo, compradores não aceitarem as encomendas diante da imposição de 50% de impostos.

Segundo análise da XP Investimentos, a Embraer tem 24% de suas receitas gerada pelas exportações aos Estados Unidos e, provavelmente, deve ser a empresa como maior volume de negociações, por causa do custo da aviação de modo em geral

. Os norte-americanos são os principais importadores de aeronaves do Brasil.

Erai Maggi sinalizou que o mundo hoje é globalizado, então ajustes são sempre necessários e eles acontecem a todo momento com todas as partes envolvidas. Mas considerou a decisão do Governo americano “fora da curva” e defendeu que o Governo do Brasil sente-se à mesa de negociações.

“Este não é um problema de gestão e de Governo A ou B, e sim de todo um pais vendeu US$ 20 bilhões, o que representa 12% do total das vendas brasileiras ao exterior, contra US$ 21,7 bilhões que os Estados Unidos venderam para o Brasil, somando um superávit da ordem de US$ 1,7 bilhão ou R$ 9.4 bilhões”, explicou o megaempresário, que é o maior produtor individual de soja do mundo.

Entre os principais produtos que o Brasil exporta para os Estados Unidos, estão das áreas de aviação; papel e celulose; metalurgia; agronegócio; autopeças; equipamentos, frigoríficos, automotivo e energia.

Mesmo o agronegócio tendo seus maiores compradores na China e União Europeia, é dos Estados Unidos que vem o maior valor agregado.

Por isso, é um parceiro fundamental para a economia mundial, o que tem levado o presidente americano a impor novas tarifas e ampliar as negociações com todos os países e blocos econômicos, e não seria diferente para com o Brasil, mesmo que os americanos vendam mais do que compram.

Erai Maggi assinalou que as negociações são essenciais para que os mercados se ajustem a essa nova realidade, e existindo equilíbrio nas relações comerciais, o setor produtivo vai se adequar para contrapor adversidades e construir soluções.

“Independentemente de questões políticas e partidárias, acredito no bom senso de todas as partes e na possibilidade de se construírem os entendimentos, dentro da realidade de cada um dos setores que comercializem seus produtos”, disse Eraí Maggi. (Diário de Cuiabá)