Assassino de advogado confessa crime motivado por dívidas com ‘jogos do Tigrinho’ e prostitutas

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O assassino do advogado Renato Nery em julho de 2024 em Cuiabá, Alex Roberto de Queiroz Silva confessou ter aceitado a proposta de execução por estar em dívidas, a maioria devido a gastos com profissionais do sexo e jogos do Tigrinho. Além disso, ele também estaria com suas contas bancárias bloqueadas devido a um processo movido por um cliente insatisfeito por seus serviços de móveis planejados.

A informação está nos memoriais finais do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), que pede que ele e o policial da Rotam, Heron Teixeira Pena Vieira, sejam julgados pelo Tribunal do Júri. O casal de empresários Julinere Goulart Bentos e Cesar Jorge Sechi, presos preventivamente, são apontados como os mandantes do crime por inconformismo com uma derrota em uma disputa judicial de mais de 800 hectares de terras avaliadas em R$ 30 milhões em Novo São Joaquim (448 km de Cuiabá).

Ainda de acordo com MP, Alex confessou ter sido contratado por Heron Teixeira Pena Vieira, que intermediou o suposto pedido de outro policial da Rotam Jackson Pereira Barbosa. Em depoimento Alex informou que soube da proposta criminosa durante um churrasco na casa de Heron, quando este mencionou, de forma indireta, que havia uma oferta de R$ 200 mil para matar um advogado. Pressionado por credores que ameaçavam sua família e diziam saber onde seu filho estudava, ele decidiu aceitar a “empreitada”.

“Pressionado por credores que chegaram a ameaçar sua família e mencionaram saber onde seu filho estudava, o réu decidiu aceitar a empreitada criminosa como forma de resolver seus problemas financeiros”, diz trecho do documento.

A execução ocorreu em 5 de julho, após dias de vigilância ao escritório da vítima. O réu afirmou que alugou uma arma de fogo defeituosa por R$ 1.500 de um homem conhecido apenas como “Rampa”, já falecido em operação policial. O armamento disparava todos os projéteis de uma vez ao puxar o gatilho. No dia anterior ao assassinato, Alex foi ao local, mas desistiu. No dia seguinte, ao ver o advogado descendo de seu carro, fez os disparos de cima de uma motocicleta. Depois, destruiu roupas, capacete e celular com combustível de roçadeira em sua casa.

Após o crime, ele comunicou a execução a Heron, que teria se mostrado preocupado e o ajudado a se esconder em uma chácara. Dos R$ 200 mil prometidos, o valor efetivamente pago ficou entre R$ 100 mil e R$ 120 mil, segundo os réus. Alex ficou com a maior parte, e Heron recebeu cerca de R$ 10 mil apenas, de acordo com os próprios relatos.

Já Heron Teixeira afirmou que conhecia Jackson Pereira há cerca de 10 anos, e que o procurou no início de 2024 em busca de um empréstimo. Na ocasião, Jackson comentou ter desavenças antigas com um advogado. Heron relatou que inicialmente não entendeu a intenção, mas que depois comentou o caso com Alex, ainda sem acreditar que o crime seria cometido. Afirmou ter achado que era “só conversa”. (HNT)