“Ela queria ter um filho com Ivan”, contou Vera Regina Sartor, mãe de Ivan Bonotto, morto a facadas em um bar de Sorriso (420 km ao Norte). O amigo, Gabriel Tacca, foi preso acusado de mandar matar o rapaz, que mantinha relacionamento amoroso com sua esposa, a médica ginecologista Sabrina Iara de Mello. O mandante do crime e o executor estão presos desde o dia 15 de julho. Já a mulher chegou a ser ouvida, mas foi liberada e é investigada por fraude processual.
Em vídeo divulgado pelo Cadeia Neles, nesta sexta-feira (18), Vera Regina conta que não era para o filho estar na cidade naquele dia, já que iria para um evento apenas no sábado, 23 de março.
“Naquele final de semana, do dia 22 de março, tinha um evento na cidade de Sorriso, onde que ele iria participar e era para ele ter ido no sábado, só que ele foi na sexta. O porquê que ele foi na sexta eu não sei. Eu não sei se alguém atraiu ele para ir na sexta”, comentou a mãe.
Ela contou ao programa que ficou devastada com o fato de saber, através do delegado, que Ivan ficou mais de 11 minutos sangrando até ser socorrido, após o ataque no bar do qual Gabriel era dono.
“Agora, eu fico imaginando o que meu filho passou nesse tempo, porque o assassino ficou ali 1 minuto e 40 segundos depois do ataque. Quem mandou o vídeo para a polícia, o vídeo da câmera de segurança na casa da Sabrina fui eu. Não foi o Gabriel, o Gabriel não viajava, coma a mídia tá colocando. A casa era da doutora Sabrina. Agora, como Gabriel descobriu a traição, eu não sei”, explicou.
Ela contou que quem entregou o vídeo da câmera para a família foi a própria médica e que Sabrina deu o celular de Ivan informando que havia apagado muitas coisas.
“A doutora Sabrina, ela falou para mim que tinha apagado muitas coisas do celular de Ivan, só que ela esqueceu de apagar a conversa entre ela e o Ivan do Instagram. Nelas, eu e meu outro filho, vimos uma conversa em que ela dizia que queria ter um filho com o Ivan”, enfatizou.
Vera chegou a comentar sobre a nota que a ginecologista Sabrina publicou em suas redes sociais na última quarta-feira (16), No comunicado, a investigada pedia respeito a sua vida privada, negava o romance com a vítima e dizia que estava sendo “mais julgada do que o próprio assassino”. A mãe, diante da nota, pede que a médica esclareça o que acontecia entre ela e seu filho, já que ali não havia um relacionamento.
“Eu vi que a doutora Sabrina lançou uma nota falando que é tudo mentira, que a polícia está mentindo. Então, eu gostaria que ela provasse que aquele vídeo na casa dela é mentiroso. Que aquele lá não é o Ivan e que aquela mulher não é ela na casa dela, sentada na cadeira de baby doll, esperando o meu filho. Não tô defendendo ele, porque eu sei que ele fez errado. Mas eu quero que ela esclareça o que é mentira nisso. E eu confio no delegado, eu confio na Justiça, primeiramente na justiça de Deus, que eu pedi muito a Deus para Deus revelar a verdade e a verdade está sendo revelada”, finalizou.
O caso
Ivan era amigo do casal Gabriel e Sabrina e mantinha um relacionamento amoroso com ela. Segundo a investigação da Polícia Civil, Gabriel descobriu o caso entre os dois e planejou o crime. Primeiro, contratou Danilo para matar o amigo dentro da sua distribuidora.
No dia 22 de março, Danilo, atacou Ivan pelas costas. Ele foi esfaqueado. Inicialmente, o caso era tratado como homicídio motivado por uma briga de bar. Inclusive, Danilo chegou a se apresentar na delegacia, defendeu a tese de briga e alegou legítima defesa.
Ivan ficou internado até o dia 13 de abril, quando não resistiu e acabou morrendo. Na investigação, a polícia descobriu que Sabrina esteve no hospital 4 minutos após Ivan chegar esfaqueado, pegou o celular da vítima e apagou, fotos, vídeos e mensagens.
O telefone foi entregue à família de Ivan 3 dias depois. Gabriel e Danilo seguem presos de forma temporária, que tem duração de 30 dias. Já Sabrina segue em liberdade.
Ela é investigada por fraude processual, configurada ao apagar os arquivos do celular de Ivan. Ela já foi ouvida pela polícia e nega participação no homicídio. Caso segue em investigação.