Vídeo mostra a chegada de casal suspeito de mandar matar Nery à delegacia; veja

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Foto: Reprodução

Presos pela suspeita de mandar matar o advogado Renato Nery, os empresários César Jorge Sechi e Julinere Goulart Bentos chegaram à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) em Cuiabá por volta das 14h30 desta sexta-feira (9).

Julinere chegou com o rosto coberto por um xale. Os dois não responderam perguntas da imprensa que aguardava no local.

Esposa e marido moram em Primavera do Leste, onde foram presos e onde também a Polícia Civil cumpriu ordens de busca e apreensão.

Apenas o advogado Felipe Maia deu declarações. “A defesa técnica está bastante tranquila em relação ao senhor César, que já compareceu espontaneamente lá em Primavera, ainda na primeira fase. Prestou depoimento, instalou a tornozeleira eletrônica no dia 18 de abril, forneceu o celular, entregou o passaporte, enfim, está à completa disposição da Justiça”, afirmou.

“Ele entregou o celular espontaneamente com a senha inclusive e a gente está acompanhando os autos”.

Os dois foram presos temporariamente pela Polícia Civil no Condomínio Cidade Jardim, onde moram.

As ordens judiciais foram emitidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo) da Comarca de Cuiabá.

Segundo a DHPP, novas provas e informações confirmaram a participação do casal como mandantes do crime, além de identificar os executores e intermediários. As investigações apontam que o homicídio teria sido motivado por uma disputa envolvendo uma área avaliada em R$ 30 milhões em Novo São Joaquim.

Após o depoimento, o casal deve passar por audiência de custódia e seguirá sob custódia da delegacia.

O caso continua em andamento, com a polícia finalizando as investigações sobre o crime. (Fonte: Midianews)

Em silêncio

O empresário Cesar Jorge Sechi ficou em silêncio durante o depoimento prestado na Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá. Conforme apurado, o empresário teria ficado em silêncio por orientação da defesa, que ainda não teria tido acesso aos autos do inquérito. Após a passagem pela DHPP, ele foi levado para a Penitenciária Central do Estado (PCE).

Em contato com a defesa de Julinere, representada pelo advogado Geraldo Bahia, o   foi informado de que ela ainda vai depor. Segundo Geraldo, ela já teria conversado com as autoridades policiais em outro momento, mas ainda aguarda novos esclarecimentos do caso para prestar novo depoimento. Ela foi encaminhada para a Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto.

Cesar e Julinere foram presos no município de Primavera do Leste (a 244 km de Cuiabá), no condomínio onde residem. Além desse endereço, a polícia também cumpriu mandados de busca e apreensão em uma segunda casa também localizada na cidade.

As ordens de prisão temporária e de busca e apreensão domiciliar foram decretadas pelo juízo do Núcleo de Inquéritos Policiais da Comarca de Cuiabá (NIPO). Os envolvidos respondem por homicídio qualificado.

Veja o vídeo (midianews):

O crime

Segundo as investigações policiais, o casal teria pago R$ 150 mil pela execução do advogado. Conforme apurou a reportagem, ambos prometeram R$ 200 mil para que o advogado fosse assassinado, mas somente parte do valor foi pago.

Renato Nery foi assassinado com pelo menos sete tiros no dia 5 de julho de 2024, quando chegava para trabalhar em seu escritório de advocacia, localizado na Avenida Fernando Corrêa da Costa, em Cuiabá. Nery chegou a ser socorrido e levado ao hospital, onde passou por uma cirurgia de emergência, mas morreu na madrugada do dia seguinte.

Menos de 20 dias antes do crime, o advogado havia denunciado um “escritório do crime” à OAB de Mato Grosso, contra um colega envolvido em uma ação por disputa de terras. Desde de então, a DHPP tem trabalhado com investigações que apontam a disputa de terra como motivação para o assassinato. (Repórter MT)