O coordenador do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) de Mato Grosso, promotor de Justiça Adriano Roberto Alves, acredita na existência de uma trégua entre as facções criminosas Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC) em Mato Grosso, diante da queda no número de homicídios no estado.
As notícias de uma possível conciliação entre as facções criminosas começaram a circular em fevereiro na imprensa nacional. O acordo teria sido costurado pelos dois líderes as organizações, Marcinho VP, do CV, e Marcola, do PCC, e teria o objetivo de pressionar o governo a flexibilizar as regras do Sistema Penitenciário Federal (SPF), onde seus principais líderes estão encarcerados sob rígidas restrições.
Na visão do chefe do Gaeco, a trégua já estaria fazendo efeito nas ruas de Mato Grosso onde, segundo ele, houve uma queda no número de homicídios. “Houve uma trégua. Tanto é que o índice de homicídios despencou. O índice de homicídios desabou. Do meu ponto de vista, porque quem estava em confronto eram eles, eles estavam se matando. Como houve essa trégua, pararam esses homicídios, realmente despencaram”, afirma.

No último dia 24 de março, o Governo do Estado divulgou um balanço dos últimos quatro meses, após a implantação do programa Tolerância Zero, que visa combater o crime organizado e descapitalizar as facções criminosas. Conforme os dados, os principais índices criminais tiveram queda em Mato Grosso – com destaque para os crimes de homicídio dolosos, que apresentaram redução de 20%, saindo de 275 – entre dezembro de 2023 e março de 2024 – para 197 entre o mesmo período em 2024-2025.
“Tem uma trégua. No estado inteiro, nessas cidades que tinham bastante confrontos, como Barra do Garças, Pontes e Lacerda, Cáceres, Sorriso, Sinop, despencou o número dos homicídios”, salienta.
Para ele, a trégua em Mato Grosso é para tentar acabar com as duras regras que estão sendo implementadas no sistema penitenciário.
“E essa trégua é pra eles enfrentarem o Estado, para tentar acabar com o enrijecimento do sistema carcerário. A gente tem informação que foi por conta dessas demandas deles que eles deram uma trégua”, completa. (Fonte: RD News)