Vigilantes viram réus por espancar venezuelano até a morte em rodoviária

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O juiz da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, João Bosco Soares da Silva, recebeu a denúncia contra os vigilantes Jonas Carvalho e Oliveira, Dhiego Érik da Silva Ferreira, Alvacir Marques de Souza e Luciano Sebastião da Costa, acusados de espancar até a morte o venezuelano Hidemaro Ivan José Sanches Camacho, na Rodoviária da Capital, no início do mês.

Na decisão, o magistrado acolheu a denúncia que acusa os vigilantes de homicídio qualificado, por motivo torpe, meio cruel e utilizando de recurso que dificultou a defesa da vítima.

De acordo com o delegado Nilson André Farias, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), os vigilantes, após espancarem a vítima, não agiram para proporcionar o socorro adequado. “Eles tiveram a oportunidade de prestar socorro. Como vigilantes, eles também são responsáveis e garantidores da integridade física das pessoas”, explicou o delegado. A Polícia Civil, indiciou os quatro vigilantes por homicídio qualificado com recurso que impossibilitou ou dificultou a defesa da vítima.

Ainda segundo o delegado, os vigilantes teriam agido no intuito de “defender o patrimônio”, visto que a vítima teria chegado alterada na rodoviária, quebrando diversas coisas, inclusive batendo a cabeça contra um vidro e quebrando-o. “Esse foi o motivo. No caso, eles estavam defendendo o patrimônio da rodoviária. No entanto, não justifica o excesso que foi praticado”, destacou Nilson.

Espancado até a morte

Conforme publicado pelo RD News, imagens de câmeras de segurança da plataforma 1, do terminal rodoviário, mostram a vítima sendo espancada pelos suspeitos em uma área próxima ao embarque de ônibus. Na sequência, a vítima corre para a plataforma, tropeça e cai, sendo seguida pelos vigilantes que voltam a espancá-la, inclusive com chutes, e depois a imobilizam.

Veja o vídeo abaixo:

Nos primeiros quatro minutos do vídeo disponibilizado pela Polícia Civil, a vítima e os vigilantes aparecem em uma parte sem iluminação da rodoviária, longe das plataformas de ônibus. Em um determinado momento, iniciam-se as agressões, com tapas, socos e chutes.

Após os quatro minutos de agressões, a vítima começa a correr em direção à plataforma, tropeça em um degrau, cai e um dos vigilantes a segura em um “mata-leão” por aproximadamente um minuto e doze segundos enquanto outro vigia chuta o homem fortemente.

Depois das agressões, é possível ver a vítima e os agressores em uma discussão. A vítima, que está deitada, tenta se levantar, mas um dos vigias o força a ficar no mesmo lugar. A vítima está ensanguentada e mesmo diante de toda a situação, passageiros, motoristas e funcionários da rodoviária seguiam sua rotina como se nada estivesse acontecendo. (Fonte: RD News)