Interditado parcialmente desde 2015, o estádio Presidente Eurico Gaspar Dutra, o Dutrinha, pode ser reaberto ao público no início do campeonato mato-grossense em fevereiro de 2018. Apenas o campo está liberado, mas está sem receber jogos desde 26 de fevereiro de 2015.
Acontece que durante o jogo pelo Campeonato Mato-Grossense entre Mixto e Luverdense, vários torcedores do Alvinegro ameaçaram invadir o gramado e jogaram objetos no campo. A partir desse ocorrido, o Juizado Especial do Torcedor (JET) interditou o estádio para receber público.
O local foi vistoriado pelo prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (PDMB) e pelo presidente do Tribunal de Justiça, Rui Ramos, nesta quarta (12).
Conforme o prefeito, o Dutrinha só não será liberado antes porque obras de reparos e de adequação à segurança precisam ser iniciadas. “Temos uma entrega prevista para abertura do campeonato mato-grossense, podendo o público voltar a participar dos jogos no estádio. Mas isso vai ser um trabalho gradativo, devido às questões de segurança”, explica o peemedebista.
Nessa sentindo, um cronograma de obras para reforma e reparação total do Dutrinha será estabelecido. Deve ter início nos próximos dias obras emergenciais. Explica que parte do aporte financeiro para iniciar as obras será cedida pelo governo. “O governo tem sido parceiro com R$ 500 mil que está destinando para essa primeira etapa de reformas”, disse.
De acordo com a juíza Patrícia Senni, do Juizado do Torcedor, que também esteve presente na vistoria, as discussões acerca da reforma do Dutrinha são feitas desde a gestão anterior, sob o ex-prefeito Mauro Mendes (PSB). Em fevereiro desse ano, durante uma visita, foram apontados todos os problemas do estádio, bem como levantamento dos muros, parte elétrica, troca de bancos que estão quebrados e falta de acessibilidade para uso de banheiro por portadores de necessidade especial.
“São problemas que a gente precisa resolver. O estádio foi construído há mais de 50 anos. Para nós hoje o principal é garantir a segurança dos torcedores. Da maneira como o Dutra hoje está, infelizmente, ele não oferece segurança. Então, a partir de agora, serão feitas obras emergências, para que a gente possa ir liberando o Dutra gradualmente com previsão de que a gente possa começar o campeonato no novo Dutra”, disse a juíza Patrícia.
Segundo o prefeito, o projeto para reforma está pronto e só precisa ser adequado às exigências de segurança mínima do juizado. “Vamos agora dar sequência a essa evolução. Vamos ver os investimentos com base na segurança e vamos apressar, dar celeridade nas obras e devolver o Dutrinha.”
Dutrinha
Com capacidade para 7 mil pessoas, o Dutrinha foi o segundo estádio de Cuiabá, substituindo o “Estádio do Comércio” que existiu na primeira metade do século passado nos fundos do Liceu Cuiabano.
Com a construção das instalações do Colégio Liceu Cuiabano, em 1944, tornaram-se inviáveis as disputas dos campeonatos ali realizados, pelas dificuldades que os desportistas encontravam em utilizar o Estádio do Comércio.
O impasse criou nos desportistas a necessidade da construção de um novo estádio. A partir de 1950, mesmo com a derrota na Copa, o futebol no Brasil se consolida como uma paixão popular. Cuiabá, tendo o filho da terra Eurico Gaspar Dutra na presidência da República, conseguiu a construção de um estádio que proporcionasse a evolução do futebol regional.
A doação do terreno onde se construiria o Dutrinha, na rua Joaquim Murtinho (Praça Benjamin Constant, com uma área de 25.650m²), foi feita pela Prefeitura de Cuiabá, através do então prefeito Leonel Hugheney, à Federação Mato-grossense de Desportos – FMD (que precedeu a Federação Mato-Grossense de Futebol). O presidente era o José Monteiro de Figueiredo, que recebeu a doação em 02 de fevereiro de 1950.
Por intermédio do deputado federal João Ponce de Arruda, junto ao General Eurico Gaspar Dutra, então presidente da República, foram liberados 1 milhão de cruzeiros para a conclusão das obras do estádio. Lenine de Campos Póvoas, deu continuidade ao trabalho desenvolvido pelo seu antecessor, finalizando as obras de construção do considerado na época o maior estádio de futebol do oeste brasileiro.
Tombado como patrimônio histórico de Cuiabá em 30 de setembro de 2011, pela Lei Municipal 2.761 de 25/05/1990, de autoria do então vereador Emanuel Pinheiro, como forma de preservá-lo.