Ficar 4 anos na Série A foi um milagre, afirma presidente do Cuiabá

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O presidente do Cuiabá, Cristiano Dresch, fez um balanço geral do desempenho do clube em 2024. O Dourado acabou sendo rebaixado no Brasileirão e terá a disputa da Série B em 2025. Segundo o dirigente auriverde, a equipe mato-grossense alcançou um milagre ao ficar 4 anos seguidos na elite do futebol brasileiro.

“Temos que valorizar o que fizemos em 6 anos, sendo 2 anos na Série B e 4 na Série A. Ficar 4 anos na Série A, um clube como o Cuiabá, do estado do Mato Grosso, uma cidade relativamente pequena comparada às dos outros times, um time com pouco dinheiro, pouco apoio local, é praticamente um milagre, algo a ser muito valorizado. O que fizemos durante esses 6 anos é infinitamente maior do que o rebaixamento. Acho que a queda iria vir a qualquer momento, demorou até na visão de todos que entendem de futebol, então ficar quatro anos na elite foi um feito inédito, onde ninguém tem conseguido fazer isso, com exceção do Fortaleza, que tem uma ótima gestão. Então digo que foi um milagre ficar 4 anos na Série A com R$ 100 milhões por ano. É muito difícil”, disse Cristiano Dresch em entrevista à Rádio CBN na manhã desta quinta-feira (09).

Foto: Douglas Santos

Presidente do Cuiab�, Cristiano Dresch

Questionado sobre a relação com o elenco do ano passado, Dresch apontou relações desgastantes que acabaram prejudicando o desempenho do time. Na oportunidade, Cristiano afirmou que tinha muita gente “de barriga cheia, cansada e  com a cabeça em outro lugar”.

“A gente vivia em um ambiente de pressão total. Imagina entrar dentro do Maracanã com 60 mil pessoas ou em Salvador com 50 mil. A emoção vai no alto, um dia está no céu, outro dia no inferno. É normal haver desgaste ou cansaço. O que me faltou foi oxigenar, fazer trocas”.

“Temos muita experiência de vestuário. O Cuiabá sempre teve a característica de um time que briga e não desiste, uma equipe guerreira, mas a gente acabou perdendo essa característica desde o início do ano, em um jogo contra o Mixto que começou em um dia e acabou no outro. Ali eu já vi que o Cuiabá iria sofrer o ano inteiro. Tinha muita gente com a barriga cheia, cansada, com a cabeça em outro lugar, o que acabou resultando na saída de alguns atletas que estavam emprestados ao Cuiabá. Precisamos entender que o nosso objetivo é investir na base, então é isso que a gente tem feito na reta final do ano passado. Não adianta ficar sonhando que um clube com R$ 100 milhões de receita vai ficar por muito tempo na Série A. Para voltar a fazer esse milagre de 4 anos, a gente precisa focar na categoria de base, captação, formação, desenvolvimento, venda e construir caixa para o futuro”, pontuou.

O presidente do Cuiabá falou também sobre as consequências do clube financeiramente.

“A queda da Série A para a Série B é brutal. Na Série A consegue aí pelo menos uma receita entre R$ 100 e R$ 110 milhões. Já na Série B é um cenário total de incerteza. Não sabemos nem o valor de cota da televisão, por exemplo. Eu estimo que a receita da Série A caia para em torno de R$ 40 milhões, cerca de 60%”.

O Dourado terminou o Brasileirão 2024 na lanterna da tabela, com apenas 30 pontos ganhos. Em 38 jogos, a equipe construiu uma campanha fraca, com seis vitórias, 12 empates e 20 derrotas, – aproveitamento de 26%.

“O grande problema que tivemos no orçamento em 2024 foi que em outubro tivemos R$ 8 milhões para receber de um investidor que comprou os direitos da Liga Forte União. Em setembro foi feita uma renegociação, onde tínhamos vendido 20% dos nossos direitos por 50 anos. O próprio investidor nos sugeriu a gente recomprar dele 10%, que foi um grande negócio. Então a gente abriu mão de receber esse valor para ficar apenas com 10% na mão do investidor para no futuro ter uma receita maior. Mas esse desencaixe de R$ 8 milhões nos causou um problema enorme em outubro, além do rebaixamento, que nos causou perda na bilheteria, onde tivemos uma queda de público gradual. Deixamos de pegar também da Globo no mínimo R$ 16 milhões, que o décimo sexto colocado fatura”, concluiu Cristiano Dresch,

Em 2025, o Cuiabá disputará quatro competições: Campeonato Mato-grossense, Copa do Brasil, além da Série B do Campeonato Brasileiro e Copa Verde. O principal objetivo do clube será justamente o retorno à elite do Brasileirão em 2026.

Fonte: RD News