O deputado estadual Max Russi (PSB) avaliou como positivo o desmembramento da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) e a consequente criação da Secretaria Estadual de Justiça de Mato Grosso (Sejus). A medida foi anunciada pelo governador Mauro Mendes (UB), na última semana, junto do projeto Tolerância Zero, que busca frear o crime organizado que avança sobre o Estado. O parlamentar ainda afirmou que a Assembleia Legislativa dará todo o suporte para o governo em relação à luta contra as facções criminosas.
“Nós estamos com problemas na questão das facções criminosas e precisa ser feito alguma coisa. O governo está procurando achar uma solução e a Assembleia [Legislativa] tem que apoiar, tem que dar um voto de confiança”, opinou Russi em coletiva de imprensa na quarta-feira (4).
Ao falar sobre o tema, o parlamentar classificou como inadmissível o fato de presidiários continuarem dando ordens para seus subordinados, mesmo presos.
“Nós não podemos admitir que dentro de um presídio alguém comande um assassinato, a barbárie de pessoas que estão aqui fora. Não é aceitável a gente, enquanto sociedade, enquanto Assembleia Legislativa, enquanto Poder Legislativo, achar isso normal”, pontuou. A fala remete de Russi a um caso recente que chocou a sociedade mato-grossense foi o das irmãs Rayane Alves Porto e Rithiele Alves, que foram assassinadas em Porto Esperidião, em setembro, por ordens de um membro do alto escalão do Comando Vermelho identificado como Norivaldo Cebalho Teixeira, o “Véio” de dentro da Penitenciária Central do Estado (PCE).
Além disso, durante os desdobramentos da Operação Fair Play da Polícia Civil, que mirou um dos tesoureiros do CV, Paulo Witer Farias Paelo, o WT, foi descoberto que o faccionado utilizava celular dentro da cela onde está sendo mantido na PCE e continua comandando o tráfico.
Mesmo antes do programa Tolerância Zero ser anunciado, a PCE já estava sendo alvo de intensas varreduras com o objetivo de encontrar materiais ilícitos, como aparelhos celulares e drogas.
Apenas na cela da principal liderança do CV, Sandro Rabelo, o Sandro Louco, foram encontrados seis celulares. Ainda informações extraoficiais e não confirmadas, compartilhadas por Russi, os aparelhos costumavam custar entre R$ 30 e 20 mil, agora o preço abaixou e um celular pode ser adquirido por cerca de R$ 5 mil dentro da cadeia.
“Então, tem que tomar providências. Acho que o governo está tomando providências e a Assembleia tem que dar todo o apoio. Nós temos que dar um voto de confiança. Se isso não trouxer resultados satisfatórios à sociedade, temos que procurar outro caminho”, concluiu. (HNT)