Em Mato Grosso, o percentual da população abaixo da linha de pobreza adotada pelo Banco Mundial caiu de 22,1% para 17,2% (-4,9%), de 2022 para 2023.
Isso significa dizer que, levando-se em consideração uma população de 3,590 milhões de habitantes, 175 mil pessoas deixaram a situação de miséria no Estado.
Contudo, apesar do recuo, 617,4 mil ainda vivem sem as condições básicas para garantir a sua sobrevivência com qualidade de vida e dignidade.
No mesmo período, a proporção da população mato-grossense na extrema pobreza saiu de 4,1% em 2022 para 2,6% (-1,5%) no ano passado.
É o que revelam os dados da Síntese de Indicadores Sociais (SIS) – Uma análise das condições de vida da população brasileira 2024, divulgada na quarta-feira (4), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Além de números sobre a estrutura econômica e mercado de trabalho; padrão de vida e distribuição de rendimentos; o levantamento traz dados sobre educação e condições de saúde dos brasileiros.
O estudo leva em conta a chamada pobreza monetária, ou seja, a família não ter rendimentos suficientes para prover o bem-estar.
Para traçar as linhas limites, o IBGE utilizou o critério do Banco Mundial de US$ 2,15 por pessoa por dia (ou R$ 209 por mês) para a extrema pobreza e de US$ 6,85 por pessoa por dia (ou R$ 665 por mês) para a pobreza.
No país, o percentual dos brasileiros abaixo da linha de pobreza registrou queda de 31,6% para 27,4%, no mesmo período. Conforme o IBGE, trata-se da menor proporção desde 2012.
“Em um ano, 8,7 milhões de pessoas saíram da pobreza no país. Numericamente, essa população recuou de 67,7 milhões para 59,0 milhões, seu menor contingente desde 2012”, aponta o documento.
Cenário semelhante foi verificado em Cuiabá. Com uma população de 633 mil moradores, o percentual dos que contam com rendimento mensal de apenas R$ 665 saiu de 23,1% para 15,9%, o que representa 46,5 mil indivíduos a menos.
Porém, mais de 100 mil ainda se encontram na linha da pobreza. Já o índice dos que vivem na extrema pobreza reduziu de 4,8% para 1,5% entre um ano e outro.
Ainda em nível nacional, a população na extrema pobreza recuou de 5,9% para 4,4%, também o menor percentual desde 2012. Pela primeira vez, esse indicador ficou abaixo dos 5,0%.
“De 2022 a 2023, cerca de 3,1 milhões de pessoas saíram da extrema pobreza, no país. A população na extrema pobreza recuou de 12,6 milhões para 9,5 milhões, menor contingente desde 2012”, mostra a pesquisa.
Já cerca de 51% das pessoas em áreas rurais viviam em domicílios beneficiados por programas sociais, em 2023. Em áreas urbanas, essa proporção era de 24,5%.
Entre as pessoas com 0 a 14 anos, 42,7% (ou duas em cada cinco) viviam em domicílios com benefícios de programas sociais.
A Síntese aponta também que, em 2023, o total de jovens de 15 a 29 anos que não estudavam e não estavam ocupados atingiu o menor número (10,3 milhões) e a menor proporção (21,2%) desde o início da série, em 2012.
Quanto ao índice de Gini, que mede a concentração da distribuição de renda em uma população, levantamento do IBGE mostra que foi de 0,452 no Estado e, de 0,523 na Capital, no ano passado.
Os valores do coeficiente de Gini variam entre 0 e 1, e, quanto mais próximo de 1, maior é a desigualdade na distribuição de renda entre a população.
Fonte: Diário de Cuiabá