O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a instalação de tornozeleiras eletrônicas nos desembargadores Sebastião de Moraes e João Ferreira Filho. Ambos estão afastados desde agosto pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) devido a suspeitas de envolvimento em um esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).
A decisão ocorre no âmbito da Operação Sisamnes, que prendeu o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves e determinou também a instalação de tornozeleiras em outros desembargadores de diferentes estados. O juiz Ivan Lúcio Amarante, da Comarca de Vila Rica (1.259 km de Cuiabá), também afastado de suas funções pelo CNJ, é outro investigado em Mato Grosso.
Sebastião de Moraes Filho completará 74 anos nesta quarta-feira, 27. O magistrado foi aprovado no concurso para juiz do TJ-MT em 1980. Em 1995, pelo critério de antiguidade, foi promovido a desembargador. Já João Ferreira Filho, de 64 anos, formou-se em Direito na Universidade de Brasília (UnB) em 1986. Também possui formação em Filosofia pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Foi aprovado em concurso em 1989.
Nos últimos meses, uma série de investigações sobre venda de sentenças e corrupção tem abalado tribunais estaduais em diferentes regiões do país, com desdobramentos que chegam até o Superior Tribunal de Justiça (STJ). As apurações já resultaram no afastamento de 16 desembargadores, sete juízes e quatro servidores do STJ, além de vários outros envolvidos. A Polícia Federal (PF) investiga esquemas que envolvem desde disputas de terras até casos de narcotráfico internacional. (HNT)