O general cuiabano Júlio Cesar Arruda, que comandou o Exército Brasileiro por cerca de 30 dias, rejeitou a proposta de golpe de Estado para impedir que o presidente Lula (PT) assumisse o cargo em 1º de janeiro de 2023. A proposta foi apresentada pelo general Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo Bolsonaro (PL), no dia 28 de dezembro de 2022, data que Júlio Cesar assumiu o comando do Exército.
A informação é do jornalista Marcelo Godoy do jornal Estado de S. Paulo e foi publicada na edição desta segunda-feira (25). Segundo a reportagem, Mário Fernandes procurou Júlio Cesar em sua sala no Departamento de Engenharia e Construção (DEC) do Exército em Brasília. Acompanhado de dois coronéis da reserva, ele criticou o então comandante do Exército general Marco Antônio Freire Gomes por não ter aceito a tentativa de golpe para impedir Lula de assumir.
‘O senhor vai assumir o comando depois de amanhã. O senhor tem de fazer alguma coisa!’, teria dito Mário Fernandes Porém, Júlio Cesar que foi empossado dois dias depois, em 30 de dezembro daquele ano, teria sido bastante rude com o seu colega e acabou expulsando ele imediatamente juntos com os dois coronéis do Exército.
Quem acompanhou a cena, afirma que o general cuiabano ainda deu uma ordem para que os três nunca mais voltassem em sua sala enquanto ele fosse comandante do Exército. A reportagem do Estadão chegou a procurar Júlio Cesar para se manifestar, porém, ele não quis comentar o episódio. A Gazeta procurou o general que não retornou as nossas ligações.
Procurado, o seu irmão, o tenente da reserva Juarez Arruda afirmou que seu irmão nunca comentou o fato e que isso é um assunto delicado. ‘Nunca comentou comigo isso. Mas é um assunto delicado, Acredito que pelo seu perfil, ele não vai querer dar entrevista. A única coisa que posso dizer é que ele sempre foi de uma linha legalista’, disse.
Júlio Cesar foi destituído do cargo de comandante do Exército em 21 de janeiro de 2023, após entrar em conflito com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. Mário Fernandes foi preso na semana passada pela Polícia Federal (PF) durante a Operação Contragolpe sob acusação de ter planejado os assassinatos do presidente Lula (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Fonte: Gazeta Digital