Um ano depois de chacina contra mãe e filhas em MT, réu confesso ainda não tem data para julgamento: ‘justiça lenta’, diz família

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Há um ano, Gilberto Rodrigues dos Anjos, de 32 anos, invadiu a casa da família Cardoso, em Sorriso, a 420 km de Cuiabá, e matou a mãe e as 3 filhas dela, com idades entre 10 e 19 anos. Atualmente, o réu confesso ainda não possui data marcada para o júri popular.

O crime ocorreu no dia 24 de novembro de 2023. Em depoimento, o acusado disse que a intenção era invadir o local para roubar, mas que, após ser confrontado pela mãe das meninas, ambos entraram em luta corporal, resultando nas mortes. Conforme as investigações, a mulher e as filhas foram estupradas e atacadas com uma faca.

A mãe e a filha mais velha foram encontradas mortas no corredor do imóvel. Já as outras meninas, de 13 e 10 anos, em um dos quartos. Três das vítimas foram encontradas nuas. Gilberto foi preso três dias após o crime, após os corpos serem encontrados. Ele foi indiciado pela Polícia Civil pelos crimes de homicídio, estupro e estupro de vulnerável, e agora aguarda o julgamento.

Segundo o advogado da família das vítimas, Conrado Pavelski Neto, o processo aguarda a decisão do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso (TJMT).

“A Defensoria Pública recorreu da Decisão de Pronúncia no início de agosto, e após todos os trâmites processuais, no dia 17 de outubro, o processo foi concluso para a decisão dos desembargadores”, explicou.

Foto da família publicada nas redes sociais em um passeio na praia, publicada em 2018 — Foto: Instagram
Foto da família publicada nas redes sociais em um passeio na praia, publicada em 2018 — Foto: Instagram

Há um ano, Gilberto Rodrigues dos Anjos, de 32 anos, invadiu a casa da família Cardoso, em Sorriso, a 420 km de Cuiabá, e matou a mãe e as 3 filhas dela, com idades entre 10 e 19 anos. Atualmente, o réu confesso ainda não possui data marcada para o júri popular.

O crime ocorreu no dia 24 de novembro de 2023. Em depoimento, o acusado disse que a intenção era invadir o local para roubar, mas que, após ser confrontado pela mãe das meninas, ambos entraram em luta corporal, resultando nas mortes. Conforme as investigações, a mulher e as filhas foram estupradas e atacadas com uma faca.

A mãe e a filha mais velha foram encontradas mortas no corredor do imóvel. Já as outras meninas, de 13 e 10 anos, em um dos quartos.Três das vítimas foram encontradas nuas. Gilberto foi preso três dias após o crime, após os corpos serem encontrados. Ele foi indiciado pela Polícia Civil pelos crimes de homicídio, estupro e estupro de vulnerável, e agora aguarda o julgamento.

Segundo o advogado da família das vítimas, Conrado Pavelski Neto, o processo aguarda a decisão do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso (TJMT).

“A Defensoria Pública recorreu da Decisão de Pronúncia no início de agosto, e após todos os trâmites processuais, no dia 17 de outubro, o processo foi concluso para a decisão dos desembargadores”, explicou.

Gilberto Rodrigues dos Anjos, de 32 anos — Foto: Divulgação

Gilberto Rodrigues dos Anjos, de 32 anos — Foto: Divulgação

Ao g1, o viúvo e pai das meninas Regivaldo Batista Cardoso, de 46 anos, contou que 12 meses após o crime, a família continua enfrentando um momento difícil. Na época, ele trabalhava como caminhoneiro e estava em Cascavel (PR) quando o crime ocorreu.

Atualmente, ele ainda mora em Sorriso, mas se mudou da antiga casa. Ele ressaltou que espera por justiça.

“A casa que morávamos não era nossa, mas sei que já foi alugada. É difícil conviver com a falta das meninas. Os dias são ruins e não poder vê-las, nem abraçá-las, é uma solidão terrível. A Justiça desse país é lenta, mas não tenho vontade de sair da cidade, minha vida inteira com elas foi aqui”, disse.

Indenização

Em junho, o viúvo e a avó das meninas entraram com um pedido de indenização contra o Estado de Mato Grosso, no valor de R$ 40 milhões, por negligência e omissão durante as investigações do crime. No processo, o advogado Conrado aponta que o autor da chacina tinha um mandado de prisão em aberto, por latrocínio, desde outubro de 2022, mas estava solto.

O processo é movido por duas ações, sendo uma no valor de R$ 20 milhões, por parte do viúvo, Regivaldo Batista Cardoso, de 46 anos, e outra, também no valor de R$ 20 milhões, por parte da mãe da vítima, Soeli Fava Calci de 75 anos.

De acordo com o advogado, ambos os processos aguardam o agendamento das audiências para depoimento de testemunhas e carimbo e assinatura do servidor responsável pelo documento.

“O processo da Soeli está um pouco mais adiantado por conta da prioridade de tramitação, pois ela tem 76 anos de idade. Mas nenhum ato importante foi realizado”, explica.

Crime

Casa em que mãe e filhas foram encontradas mortas, em Sorriso.  — Foto: TV Centro América

Casa em que mãe e filhas foram encontradas mortas, em Sorriso. — Foto: TV Centro América

O crime ocorreu entre a noite de 24 de novembro e a madrugada de 25, mas só foi descoberto pela polícia no dia 27, quando os corpos da mãe e três filhas foram encontrados dentro da casa. Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos, Miliane Calvi Cardoso, de 19 anos, Manuela Calvi Cardoso, de 13 anos, e Melissa Calvi Cardoso, de 10 anos, foram mortas dentro de casa no Bairro Florais da Mata, em Sorriso.

Segundo a Polícia Civil, três das quatro vítimas foram encontradas degoladas e com sinais de abuso sexual. Já a criança teria sido morta por asfixia.

Durante o interrogatório, Gilberto admitiu que invadiu a casa das vítimas pela janela do banheiro para roubar, mas que entrou em luta corporal com a mãe das meninas. Neste momento, a filha mais velha saiu do quarto para socorrer a mãe e também foi atacada.

Na sequência, ele confessou que assassinou as outras duas vítimas, ambas menores de idade.

Ainda durante o interrogatório, o investigado contou que saiu da casa pela mesma janela por onde entrou e voltou para a obra, onde retirou as roupas sujas de sangue e guardou em um contêiner.

O investigado foi preso em flagrante no mesmo dia e teve a prisão mantida. Ele foi levado para a Penitenciária Dr. Osvaldo Florentino Leite Ferreira, em Sinop, a 503 km de Cuiabá. Depois, foi transferido para a Penitenciária Central do estado (PCE), em uma cela individual, sem contato com os demais reeducandos, como determinou a autoridade judicial.

Fonte: G1 MT