Juíza de Cuiabá nega bloquear R$ 10 milhões da Gol por morte de cão

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O cão Joca com seu tutor. Foto: Reprodução/Redes sociais

A juíza Célia Regina Vidotti, da Vara Especializada em Ações Coletivas de Cuiabá, negou o pedido da Defensoria Pública de Mato Grosso para bloquear R$ 10 milhões da Gol Linhas Aéreas S/A. O pedido foi feito após a morte de um cão da raça golden retriever, chamado Joca, durante um voo da companhia aérea, em abril deste ano.

A juíza também negou suspender, por tempo indeterminado, o serviço de transporte de animal até que a Gol apresentasse relatório sobre a falha que resultou na morte do cachorro. A decisão é liminar e pode ser revista no julgamento do mérito.

A Defensoria alegou que a morte do cão foi resultado de falha na prestação do serviço de transporte de animais pela Gol e solicitou a indenização por danos morais coletivos. No entanto, a magistrada entendeu que não foram apresentados indícios suficientes para justificar o bloqueio de recursos da empresa.

Na decisão, Vidotti destacou que “a aviação comercial é uma atividade altamente regulamentada, sujeita a uma série de normativas e protocolos, além de controle por uma agência nacional”. Ela também ressaltou que “a imposição de protocolos de segurança específicos poderia aumentar os custos da operação e prejudicar a empresa”.

Além disso, a juíza enfatizou que “o serviço de transporte de animais não é essencial e que a Defensoria Pública deveria priorizar a defesa dos direitos de pessoas necessitadas”.

A Gol Linhas Aéreas S/A agora será citada para apresentar contestação ao pedido da Defensoria Pública.

Relembre o caso

Joca deveria ter sido levado de São Paulo para Sinop, mas, por um erro da Gol, acabou indo parar em Fortaleza. Quando o erro foi constatado, o animal foi enviado de volta para São Paulo e foi durante esse voo que a caixa teria sido deixada solta. O animal foi entregue sem vida ao seu tutor. O trajeto, que seria de até 2h30min, durou cerca de 8 horas.

O laudo da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP) concluiu que a causa da morte do cachorro foi choque cardiogênico, uma ineficiência do coração em bombear o sangue para os órgãos.

Fonte: Repórter MT