O candidato a prefeito Abílio Brunini (PL) afirmou que não quis repetir no último debate do segundo turno em Cuiabá os erros que cometeu em 2020 e, por isso, parou de debater com o adversário, Lúdio Cabral (PT), para dedicar seu tempo a listar suas propostas. O debate realizado pela TV Centro América na noite dessa sexta-feira, 25 de outubro, foi marcado pela mudança abrupta de estratégia de Abílio no 3º e 4º blocos, o que inclusive repercutiu na imprensa nacional (clique aqui para ler).
Em conversa com jornalistas após o debate, Abílio afirmou que Lúdio estava “muito nervoso” e o atacava com frequência. Abílio começou o debate com uma postura diferente do usual e se manteve calmo, sem usar de ironia e nem atacar o adversário durante o primeiro bloco. Porém, após algum tempo passou a rebater o petista e subitamente, entre o 2º e o 3º, parou de debater.
“A gente percebeu o seguinte, que nós estamos no último debate e todas as vezes que vai para o debate fica só nessa briga e a gente não tem oportunidade de apresentar as propostas. E boa parte da população tem cobrado da gente propostas. Eu falei: olha, acho que o jeito que vai ter de a gente sair da briga e apresentar as propostas que Cuiabá precisa ouvir é apresentar as propostas”, disse Abílio.
“Se não, eu ia ficar o tempo todo fazendo igual 2020, lembra? Ficava o paletó, não sei o que, Emanuel… E aí, eu não quis fazer isso”, completou.
Abílio ainda insinuou que a mudança brusca de comportamento teria sido uma ‘iluminação divina’. Aos jornalistas, ele falou que estava orando antes do debate e, durante o intervalo entre os blocos, surgiu a ideia de abandonar a ‘trocação verbal’.
“Eu tava orando antes de entrar no debate e, sabe, eu senti. Eu falei: ‘cara, eu vou orar, vou ver qual é a estratégia que o senhor Deus vai me dar’”, pontou.
Em seu último ato de debate, Abílio ficou desafiando Lúdio a dizer para as câmeras que o presidente da República, Lula (PT), era ladrão e que o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) seria corrupto. Lúdio rebateu Abílio chamando-o de “falso moralista” e citou a atuação do vereador Chico 2000 (PL), aliado de Abílio, para blindar Emanuel em diversos pedidos de cassação, além de apontar que o presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, é condenado por corrupção. Por fim, o petista voltou a repetir a história da lista com 35 nomes que Abílio teria pedido para nomear na Prefeitura durante a gestão de Emanuel. Rivais de Abílio afirmam que a recusa dessas nomeações foi a causa para o liberal ter se tornado opositor do prefeito.
Após essa última ‘trocação’, Abílio voltou do intervalo se recusando a responder uma pergunta de Lúdio sobre a fila de espera para o laudo de autismo em Cuiabá e passou a listar suas propostas de governo. O liberal repetiu a estratégia no quarto bloco, dedicando cerca de 20 minutos do debate à apresentação de propostas. Fonte: Estadão de MT
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