O vereador eleito por Cuiabá, o policial federal Rafael Ranalli (PL), afirmou ter medo de represálias contra ele e sua família pelas denúncias ao apontar nomes vitoriosos nas eleições municipais que tiveram apoio do Comando Vermelho. Ranalli revelou ter sofrido perseguição de faccionados ao visitar comércio no Despraiado para entregar “santinhos”. Além disso, segundo ele, cabos eleitorais foram impedidos de acessar alguns bairros e em outros tiveram pneus rasgados.
“Temo. Acho que o medo estimula a coragem. É mentira o cara dizer que não tem medo. Temo por mim, miha esposa, meus filhos, é lógico que temo”, disse Rafael Ranalli à imprensa.
O vereador eleito contou que uma coação ocorreu em loja por dois faccionados ao CV. Os homens entraram no estabelecimento enquanto ele conversava com o proprietário. Segundo ele, o episódio só não acabou mal pois o funcionário da sua campanha aconselhou que fossem embora.
“Teve um episódio sim, estava no Despraiado indo visitar uma loja e entraram dois cidadãos do Comando. Filmaram, não chegaram a abordar pois fiquei em estado de alerta e vi que ele fez uma chamada meio falsa pra mostrar a minha imagem para alguém. O meu cabo eleitoral que falou que o bairro era fechamento do candidato ‘X’ e falou para irmos embora”, lembrou.
DENÚNCIAS FORMAIS
O policial asseverou que ao tomar posse na Câmara, em 2025, vai dar voz de prisão a vereadores que tiverem envolvimento com o CV e foi cobrado pelo deputado estadual Wilson Santosa (PSD). Ele entendeu a fala de Wilson como um elogio e garantiu que fará denúncias formais à PF.
“Não entendi como provocação, mas elogio. Pode cobrar”, disparou. “Eu vou levar às denúncias à Polícia Federal, assim como vou levar ao meu pares no Parlamento. Tem reclamação de quem não foi eleito e reclamação de todo classe política. Daqui algumas eleições ninguém mais se elege do jeito tradicional pois tem bairro que você não entra, seu cabos eleitorais sofrem ameaça de morte, retaliação física, pneu de carro cortado, adesivo arrancado do carro. Tem bairro que é fechado por extorsão e da população acompanhar candidato X ou Y”, continou.
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