O número de mulheres eleitas para a Câmara Municipal de Cuiabá subiu de duas para oito nas eleições de 2024 em comparação com 2020. Anteriormente, apenas Edna Sampaio (PT) e Michelly Alencar (União Brasil) conquistaram diretamente cadeiras na Casa. Esta é a maior bancada feminina da história da Câmara.
Agora, a composição conta com Samantha Iris (PL), Dra. Mara (Podemos), Baixinha Giraldelli (Solidariedade), Paula Calil (PL), Katiuscia Manteli (PSB) e Maria Avalone (PSDB). Além disso, Maysa Leão (Republicanos), que foi suplente na última eleição e assumiu a vaga de Marcos Paccola após sua cassação por homicídio, conquistou um mandato definitivo. Michelly Alencar garantiu sua reeleição.
Com o novo cenário, a representação feminina na Câmara passa de 8% para 29,69% das cadeiras. Apesar do aumento expressivo, a maior parte das novas vereadoras tem posições políticas mais conservadoras, distantes de pautas feministas. O perfil está presente em várias das eleitas, como Samantha Iris (PL), a candidata mais votada de Cuiabá em 2024.
Samantha Iris, que adotou o nome de urna “Samantha Iris do Abílio”, em referência ao seu marido, Abílio Brunini, candidato à Prefeitura que chegou ao segundo turno, teve forte apoio de figuras da direita nacional, como a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, os senadores Eduardo Girão (Novo-CE) e Damares Alves (Republicanos-DF), e o deputado federal Nicolas Ferreira (PL-MG). Em sua campanha, Samantha destacou a defesa de bandeiras conservadoras, como o lema da direita de “proteção da vida, da família e da liberdade”.
Outra cadeira conquistada pelo PL foi a de Paula Calil, que se destacou como a candidata mais seguida no TikTok entre os concorrentes à Câmara, acumulando 114 mil seguidores na plataforma. Nos posts nas redes sociais, Paula se apresentou como “mãe, esposa e cristã” e alinhou sua campanha às figuras do ex-presidente Jair Bolsonaro e de seu irmão, o deputado estadual Faissal Calil (PL-MT).
No grupo de mulheres eleitas por partidos com viés mais à direita também estão Maysa Leão (Republicanos), Maria Avalone (PSDB), Dra. Mara (Podemos) e Michelly Alencar (União Brasil). Baixinha Giraldelli, que representa uma das duas cadeiras conquistadas pelo Solidariedade, partido de centro, é outra figura que não se vincula diretamente às pautas feministas.
A única representante de uma sigla da centro-esquerda é Katiuscia Manteli, eleita pelo PSB, partido que tem uma tradição de maior envolvimento com questões de gênero. Katiuscia foi a única mulher eleita por um partido com orientação mais progressista, mas não apresentou em sua campanha associação direta a pautas da esquerda.
Fonte: PNB