Candidata morta pelo CV era artista de circo e irmã blogueira

Fonte:

Candidata à vereadora morta com requintes de crueldade por membros do Comando Vermelho em Mato Grosso, Rayane Alves (Republicanos) era artista de circo e tinha como pautas defender e promover a cultura e arte para crianças e adolescente em Porto Esperidião. Sua irmã, Rithielly Alves Pedroso, de 25 anos, era digital influencer na região e contava com mais de 85 mil seguidores em seu Instagram. Ela também foi assassinada.

Pelos crimes, as`Polícias Civil e Militares prenderam 10 criminosos. “Fui convidada a entrar na politica, mesmo jovem, e sem experiência, alguém viu a arte em mim, a arte que carrego desde que nasci que é ser circense. Tudo que sei sobre a arte é uma experiência já vivenciada e que ainda vivo, com minha alegria e espontaneidade de viver. E como vereadora, apoio a cultura e a arte, acredito que juntos podemos proporcionar o processo de criação das nossas crianças a ter um desenvolvimento com a sua criatividade individual. Toda criança precisa ser motivada a explorar e reconhecer seus talentos como, cantar, dançar, pintar e praticar esportes”, publicou Rayane em suas redes sociais ao anunciar a candidatura.

Já a irmã era ‘blogueira fitness’ na cidade que conta com cerca de 12 mil habitantes. Em suas redes sociais, com mais de 85 mil seguidores, ela publicava vídeos sobre sua rotina de treinos, ensaios fotográficos. Estava no nono semestre do curso de Direito. Ela e a irmã foram torturadas e mortas após saírem do Festival de Pesca na madrugada deste sábado (14). As jovens tiveram dedos e cabelos cortados pelos sequestradores que seriam membros do Comando Vermelho.

A motivação do crime bárbaro teria sido uma foto tirada pelas vítimas no Rio Jauru, que, segundo a facção, simbolizava o número 3, um símbolo associado à facção Primeiro Comando da Capital (PCC). Os criminosos teriam exigido dinheiro das vítimas, ameaçando-as de morte caso não pagassem.

Foto: Reprodução

CENA DE TERROR – Conforme o boletim de ocorrência, por volta das 4h da manhã um jovem em estado de pânico conseguiu escapar pulando o muro do cativeiro e foi buscar
ajuda na base da Polícia Militar. Ele contou que, após o Festival de Pesca, ele e três amigos foram sequestrados por um grupo de nove pessoas, composto por sete homens e duas mulheres. O grupo havia levado as vítimas até uma casa na Rua Marechal Cândido, no bairro Centro, que funcionava como um cativeiro.

Ao chegarem ao local indicado, os policiais encontraram um jovem, identificado como uma das vítimas, gravemente ferido, com cortes no dedo mínimo da mão esquerda, na orelha esquerda e ferimentos na região da nuca. O local parecia uma cena de filme de terror: na cozinha, foram encontrados dedos e cabelos cortados de uma das vítimas fatais.

No último quarto da casa, estavam os corpos das irmãs Rayane Alves Porto e Rithiele Alves Porto. Ambas apresentavam sinais de tortura intensa, com ferimentos de faca e cabelos cortados. O local do crime foi isolado, e a Polícia Civil e Pericia Oficial e Identificação Técnica (Politec) foram acionadas para dar continuidade às investigações.

Até o momento, dez pessoas já foram presas pela participação no crime, entre elas quatro menores de idade. As prisões e apreensões ocorreram nas cidades de Cáceres e Porto Esperidião.

Os envolvidos maiores de idade serão autuados em flagrante por sequestro e cárcere privado, tortura, duplo homicídio, homicídio tentado, lesão corporal, associação criminosa e corrupção de menores. Os adolescentes serão autuados em ato infracional análogo aos mesmos crimes.

Fonte: Folhamax