Lula afirma que leilão que derrubou Neri Geller do cargo foi anulado por falcatrua

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presidente da República Lula (PT) comentou sobre a polêmica envolvendo a anulação do leilão realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a compra de 263 mil toneladas de arroz importado. Segundo o petista, o leilão foi anulado por “falcatrua” de empresa vencedora.

A situação resultou na demissão do ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o ex-deputado federal por Mato Grosso Neri Geller (PP). O ministro Carlos Fávaro (PSD) também se desgastou com o escândalo do arroz.

Em entrevista a uma rádio no Piauí, Lula disse que o objetivo do leilão era combater uma possível escassez do produto e também o aumento de preço, o que já vinha acontecendo desde que o Rio Grande do Sul, um dos maiores produtores de arroz do país, foi atingido por fortes enchentes em maio deste ano.

“Tomei uma atitude drástica, me mostraram pacote de pacote a R$ 35 o quilo. Falei:  Não é possível, o povo não pode pagar isso. O arroz está caro, aí tomei a decisão de importar 1 milhão de tonelada e, depois, tivemos anulação porque houve falcatrua na empresa. Por que vou importar? Porque o arroz tem que chegar na mesa do povo no mínimo a R$ 20 reais o pacote de cinco quilos, que seja R$ 4 o quilo do arroz”, afirmou Lula à Rádio Meio Norte, em Teresina, nesta sexta-feira (21).

O leilão foi anulado na semana passada após denúncias de irregularidades, entre elas está o fato da empresa ASR Locação de Veículos e Máquinas, responsável por arrematar nove dos 15 lotes de arroz do leilão, ser representada pela Bolsa de Mercadorias de Mato Grosso e pela corretora Focus, ambas pertencentes a Robson Luiz Almeida de França, ex-assessor do ex-secretário de Política Agrícola, Neri Geller (PP). Além disso, a empresa já teria tido como sócio Marcelo Piccini Geller, filho do ex-secretário. A confusão resultou na exoneração de Neri, que segundo bastidores, aconteceu a pedido de Lula.

Apesar de todo o desgaste que o assunto causou ao Governo Federal, o ministro    Carlos Fávaro   admitiu que um novo leilão deverá ser realizado, ainda sem data definida. Desta vez, segundo Fávaro, a elaboração do edital será feita com ajuda da Advocacia-Geral da União (AGU) para que haja “mais transparência”.

Fonte: RD News