‘Musa da Pirâmide’ é condenada a devolver R$ 55 mil após golpe em vítima

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A juíza da 10ª Vara Cível de Cuiabá, Sinii Savana Bosse Saboia Ribeiro, determinou que a
bacharel em Direito Taiza Tossatt Eleotério Ratola devolva R$ 55 mil a uma mulher que realizou o investimento sob a promessa de receber um retorno de 4% ao mês sobre o valor. Ao lado do ex-marido, um policial federal e de um médico, a bacharel é suspeita de golpes em vítimas de Mato Grosso num esquema de mais de R$ 15 milhões.

A decisão que determinou o pagamento foi publicada na última terça-feira (4). Nos autos, a vítima conta que “investiu” R$ 55 mil sob a promessa de ganhos de 4% ao mês ou “reinvestir o retorno juntamente com o capital principal”, no ano de 2022. A vítima revela que quando decidiu resgatar os valores foi informada que a “empresa” de Taiza Tossatt Eleotério Ratola, identificada como TR Investimento e Intermediação, se encontrava em “recuperação judicial”.

“Narra que solicitou a restituição dos valores, entretanto o pagamento do rendimento não ocorreu e foi informada que a parte requerida estaria entrando em recuperação judicial, razão pela qual requer a concessão da tutela provisória de arresto, para que seja determinada a parte requerida que efetue o depósito da quantia, a fim de assegurar o cumprimento de eventual sentença de procedência”, diz trecho do processo.

Em sua decisão, a juíza Sinii Savana Bosse concordou que a “investidora” foi vítima de um golpe da bacharel de Direito. “Considerando que os requeridos não comprovaram a realização regular do saque ou retirada ou qualquer outra excludente constante na legislação consumerista, e aplicados os efeitos da revelia no caso em tela, restou evidenciada a falha na prestação do serviço, o que, por si só, afasta eventual incidência das excludentes de culpa da vítima ou de terceiro”, analisou a magistrada.

Além dos R$ 55 mil corrigidos, Taíza também terá que devolver R$ 2,2 mil por cada mês que deixou de repassar os dividendos à investidora, como estabelecido no acordo entre elas. O trio de golpistas ficou famoso no Brasil após a veiculação de uma reportagem no Domingo Espetacular, da TV Record, do dia 21 de janeiro de 2024.

Segundo a matéria, Taiza era responsável por angariar clientes e prometia lucros de 2% a 6% por dia. Nas redes sociais, ela ostentava uma vida de luxo e ao anunciar a empresa, dizia que caso o cliente quisesse sacar o investimento, o dinheiro seria disponibilizado em, no máximo, dois dias úteis.

Já o ex-marido de Taiza, Ricardo Mancinelli Souto Ratola, teria afirmado a um dos clientes da empresa, que o médico Diego Rodrigues Flores tinha um patrimônio de mais de R$ 10 milhões, para dar mais ‘credibilidade’ ao negócio. A suspeita é de que o grupo tenha lesado ao menos 50 vítimas e tenha movimentado pouco mais de R$ 15 milhões entre 2021 e 2022.

Fonte: Folhamax