‘Preferia ter morrido’, diz motorista que caiu no Portão do Inferno

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“Jamais esperava chegar nessa situação. Preferia ter morrido no acidente, porque não estaria passando por esse sofrimento”. Desabafo é do motorista Daniel Francisco Salles, 66, que sobreviveu à queda no Portão do Inferno, em Chapada dos Guimarães (67 km ao norte). Dois anos após o acidente, ele não tem condições físicas para voltar a trabalhar, em decorrência das sequelas permanentes e ainda enfrenta dificuldades financeiras.

Daniel não conseguiu benefício do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e nem do proprietário do caminhão. No dia do acidente, ele transportava galões de água mineral, quando o veículo perdeu o freio e colidiu no paredão do Portão do Inferno. Daniel perdeu o controle e despencou no precipício.

“Trabalhava há 3 meses para o proprietário do caminhão, sem carteira assinada, porque ainda recebia seguro desemprego. Depois do acidente, ele não me deu assistência alguma. O advogado que ficou de tentar o benefício do INSS, desapareceu”. A situação financeira se agravou após a morte da esposa, Vera Lúcia Ramalho, em novembro do ano passado. “Ela trabalhava de doméstica e, mesmo com toda dificuldade, fazia o possível para sustentar a casa. Agora vivo na solidão e dependente da caridade das pessoas”.

Motorista afirma que não aceita amputação Daniel Salles ainda continua o tratamento de saúde após o acidente. “Quero fazer uma nova cirurgia no meu pé direito, para cessar a dor. Meu maior desejo e esperança é me recuperar para voltar a trabalhar”. Explica que este ano o médico ortopedista pediu novos exames para a realização de uma cirurgia pelo SUS mas, no retorno, outro profissional o atendeu e sugeriu a amputação.

Depois da recusa, um novo retorno ficou agendado para outubro. “Lutei esse tempo todo pela vida e para recuperar o meu pé. Foram 12 cirurgias realizadas. Todas as infecções foram cessadas e o processo de cicatrização do meu pé deu certo. O pior já passou, então, não aceito a amputação.

Quero ficar bem e não depender mais de ninguém. Hoje, para comer, dependo da doação de cesta básica, é complicado”.

Ajuda

Pix 65 92505075 (Daniel Salles). Endereço: Av. Brasil, qd 14, nº19. Bairro: Joaquim A. Curvo, Várzea Grande.

Fonte: Gazeta Digital