O governador Mauro Mendes (União Brasil) não aliviou o tom ao comentar sobre a detenção da defensora pública Gabriela Beck durante uma ação da Patrulha Rural da Polícia Militar contra a invasão de uma fazenda na cidade de Novo Mundo (765 km de Cuiabá), ocorrida na segunda-feira (27). O chefe do Executivo estadual ponderou que a situação está sob investigação, mas enfatizou que não tolera invasão a propriedades.
“Olha, nós estamos investigando para saber quem tem a razão. A polícia dá uma versão, a defensora dá outra. Mas fato é: aquilo era uma invasão. Invasão não será tolerada. Não adianta defensora, não adianta ninguém. Aquilo era uma invasão. Uma pessoa tinha a posse mansa e pacífica e alguém chegou para invadir. Não adianta a defensora ir lá falar, não adianta o padre, o bispo, o político, o deputado. Existe uma lei e a lei será cumprida e quem tem posse vai ter a proteção da polícia no nosso estado”, declarou Mauro à imprensa na noite dessa quarta-feira (29).
A defensora alega ter sido agredida por policiais militares na ação. Ela relata que estava no local a pedido de alguns invasores com intuito de “mediar o conflito”. Entretanto, diz que foi tratada com rispidez pelo major responsável pela ação, após questioná-lo sobre a ausência de ordem judicial para a operação em andamento.
Ela relata que estava gravando o ocorrido, quando o major pediu que o celular dela fosse entregue a ele. Após uma negativa, o militar teria puxado os cabelos de Gabriela e arrancado a sua bolsa com força, machucando o seu rosto.
Por outro lado, a polícia afirma que Gabriela teria dito aos posseiros que era direito deles invadir a área. “Encorajou e estimulou os ocupantes a voltarem ao local das invasões, dizendo: ‘Não era para ter saído, vocês têm que retomar a invasão. É um direito seus'”, descreve o boletim policial.
A defensora foi detida e levada, no banco de trás da viatura, para a Delegacia de Polícia Civil de Guarantã do Norte (715 km de Cuiabá) para prestar esclarecimentos.
À imprensa, na terça-feira (28), a defensora pública-geral de Mato Grosso, Maria Luziane Ribeiro, disse que vai fazer representações ao Conselho Nacional de Direitos Humanos, ao Ministério Público de Mato Grosso e ao Comando Geral da Polícia Militar para que façam uma investigação independente sobre a prisão e possível agressão sofrida por Gabriela Beck.
Fonte: Repórter MT