Com a expectativa de finalizar um acordo até o próximo dia 22, a Secretaria de Estado de Cidades (Secid) deve chegar a um entendimento financeiro com o Consórcio VLT Cuiabá que realmente possa dar rumo às obras do veículo sobre trilhos (VLT), em Cuiabá e Várzea Grande.
Procurado por telefone pela reportagem do Diário, o atual titular da pasta, Wilson Santos, disse que os diretores do consórcio permanecem na capital e que as negociações continuam. Em entrevista coletiva realizada no início deste mês, Santos enfatizou a intenção do órgão estadual em fechar o acordo antes do prazo estipulado pela Justiça Federal.
“Até o dia 20 de dezembro vamos buscar uma negociação com o consórcio, seguindo a última decisão do juiz Ciro Arapiraca, da Justiça Federal. Caso não seja feito isso nos próximos dias, o contrato será rompido pela Justiça; temos prazo máximo até o dia 29 deste mês”, afirmou, conforme divulgado pela assessoria de imprensa em matéria intitulada “Secid negocia retomada das obras com Consórcio VLT”.
Desta vez, Santos disse que a intenção do órgão estadual é fechar o acordo até o dia 22, depois de amanhã. Ele colocou o VLT como a prioridade número um do órgão estadual. O maior impasse é quanto ao custo das obras da Copa.
Em documento oficial encaminhado ao Estado, o consórcio construtor pediu R$ 1,2 bilhão para terminar a obra. Enquanto isso, a consultoria independente feita pela empresa KPMG, com autorização da Justiça Federal, concluiu que o valor para finalizar as obras seria de R$ 602 milhões.
Até o momento, o Governo de Mato Grosso já repassou R$ 1,066 bilhão à empreiteira. O valor contratado para a conclusão da obra pelo Regime Diferenciado de Contratação (RDC) foi de 1,477 bilhão. Entretanto, Wilson destacou que o consórcio manifestou interesse em continuar as obras do modal.
Apesar de afirmar que vai “destravar” as obras do VLT, Santos disse que ainda não há um prazo para o reinício dos trabalhos e finalização do novo modal de transportes da Capital e Várzea Grande. Segundo o secretário, para que isso ocorra é necessário que haja uma decisão judicial que dê respaldo à retomada das obras, visto que o VLT foi judicializado em quatro oportunidades.
Para dar celeridade às obras, o titular da Secid chamou para compor sua equipe José Picolli Neto, que trabalhou na implantação do VLT no Rio de Janeiro e tem experiência para contribuir com a construção e o modelo de operação do novo modal.
Caso as obras realmente sejam destravadas, a intenção é que o VLT seja tocado em partes. A primeira vai do aeroporto Marechal Rondon até o Porto. Em seguida, do Porto ao CPA e a linha Coxipó-Centro será feita por último. A operação será por Parceria Público-Privada (PPP), com a participação das empresas de ônibus que operam nas duas cidades atingidas pelo modal e que terão suas linhas alteradas.
Na licitação para operação do modal também constará o preço da passagem, que será o mesmo valor do ônibus. Com isso, o Governo do Estado terá que subsidiar o valor da tarifa, o que fará com o que o poder público arque com quase R$ 40 milhões por ano com o custo de manutenção.