WT é idolatrado por jovens do bairro Jardim Florianópolis e ostenta poderio na facção

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O tesoureiro da facção criminosa Comando Vermelho em Mato Grosso, Paulo Winter Farias Paello, o ‘WT’, ostenta vida de luxo e exerce forte influência no bairro Jardim Florianópolis, onde é tido como um dos ‘ídolos’ dos jovens que moram na região. Considerado um dos homens de confiança de Sandro da Silva Rabelo, o “Sandro Louco”, principal liderança da facção, WT também ganhou a alcunha de ‘Fiel Coroa’, em alusão à sua fidelidade a ‘ORCRIM’, que culminou na sua ascensão ao cargo de tesoureiro-geral, sendo responsável por toda a contabilidade do CV no Estado. Em uma conversa no Whatsapp, WT reafirma seu poderio e deixa claro que não vai aceitar que outras pessoas ‘invadam seu espaço’ dentro do bairro em que atua.

WT foi preso na semana passada, no âmbito da ‘Operação Apito Final’, durante um torneio de futebol armador em Macéio, Alagoas, junto com Alex Júnior Santos de Alencar, vulgo ‘Soldado’, centroavante do time ‘Amigos WT’ do qual Paello é proprietário e usa para lavar dinheiro. Nos dois anos de investigação feitas pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), da Polícia Civil, foi apurado que o grupo movimentou R$ 65 milhões.

De acordo com a decisão judicial que autorizou a Apito Final, à qual o HNT teve acesso, WT passou a chamar atenção das autoridades policiais ao ostentar veículos de luxo e adotar um estilo de vida regado a viagens, festas, shows de maneira incompatível com sua atividade econômica declarada, uma vez que ele não possuía ocupação lícita registrada. Somente com esses carros, inclusive, o ‘tesoureiro do CV’ e seu núcleo movimentaram R$ 2 milhões.

Ainda conforme os autos, a função de ‘Fiel Coroa’ no Comando Vermelho está associada ao tráfico de drogas, em especial no bairro Morada da Serra, e diversos outros bairros de Cuiabá. Nessa toada, Paulo Winter exerce grande influência no Jardim Florianópolis, onde reside e é idolatrado pela juventude do local que, inclusive, organizou uma queima de fogos para comemorar sua soltura, em 2021, da Penitenciária Central do Estado (PCE), onde cumpria pena por outro delito.

Com o poder aquisitivo conquistado através de sua função do ‘alto escalão’ na facção criminosa, WT aglutinou propriedades de alto padrão, como uma residência no Condomínio Primor das Torres, na Capital, e em um loteamento na região do Lago do Manso, em Chapada dos Guimarães (66 km de Cuiabá). Além disso, Paello adquiriu um supermercado, em nome de ‘laranjas, para lavar dinheiro.

Ao saber que era alvo de investigação policial, WT se desfez do estabelecimento comercial, desocupou a casa que tinha no Primor das Torres e vendeu alguns veículos de luxo para escapar das autoridades.

Demonstrando sua ‘força’ e reafirmando sua posição no alto escalão da facção, WT chega a fazer um desabafo em um grupo de Whatsapp, com outras lideranças do CV, expõe seu descontentamento com outro faccionado que estaria tentando invadir seu espaço. Na conversa, Paulo afirma que se o desafeto tentasse mandar ‘na sua quebrada’ iria ser punido.

“Eu nunca fui na quebrada de ninguém opinar, muito menos querer tomar frente de condução dos manos porque pela minha experiência todos são capacitadíssimos. Peço aí para os manos que cuidem de sua quebrada e deixe os manos. Cada um na sua. Se a condução for errada aí o irmão faz um relatório e manda para o conselho. Agora, vir aqui ‘assombrar’ meus gerentes, está de total vacilo. Não aceito irmão vir querer ‘meter o louco’ e vir querer conduzir a minha [quebrada]. Ele vai ser pego sim”, expressou WT.

Ao todo, 25 pessoas estão sendo investigadas pela Operação Apito Final. Elas fazem parte do núcleo de confiança de WT.

OPERAÇÃO APITO FINAL

Deflagrada nessa terça-feira (2), a Apito Final é resultado de dois anos de investigação da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) para desarticular um esquema de lavagem de dinheiro criado por integrantes de uma organização criminosa em Cuiabá.

Conforme as investigações, após deixar a prisão, em outubro de 2021, Paulo Witer, que já integrava a facção criminosa, tornou-se tesoureiro do grupo e passou a movimentar cifra milionária, por meio de diversos esquemas de compra e venda de imóveis e veículos, além de um time de futebol amador, para dissimular e ocultar a origem ilícita dos valores. Apenas no período apurado, a movimentação alcançou R$ 65,9 milhões. (HNT)