90% das larvas do mosquito em VG estão em caixas d’água destampadas

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A crise hídrica que assola a cidade de Várzea Grande há anos obriga os moradores a encontrarem meios de “armazenar” água para conseguir sobreviver. O problema é que isso resultou em 90% dos casos positivos para larvas do mosquito da dengue, o Aedes aegypti, nas visitas a domicílios que encontraram os ovos em depósitos baixos, ou seja, caixas d’água, cisternas e outros recipientes improvisados pela população para armazenagem.

O dado foi divulgado pela Prefeitura de Várzea Grande, após o Levantamento Rápido de Índices para o Aedes aegypti (LIRAa), realizado por uma empresa de monitoramento via satélite, a BRTI-Comércio e Serviços em Tecnologia da Informação, que auxilia os técnicos a realizarem, com mais precisão, o levantamento rápido.

Segundo Gonçalo Aparecido de Barros, secretário de Saúde do município, o LIRAa indica os níveis de alerta, levando em consideração: índice de infestação, número de casos notificados ou confirmados, casos graves e com sinais de alarme e óbitos.

“Neste ano, do dia 31/12 até o dia 17 deste mês de fevereiro, foram notificados 140 casos de dengue em nosso território; por isso, traçamos um cronograma de trabalho definido pela Superintendência de Vigilância em Saúde, pelo Centro de Controle de Zoonoses e pela Superintendência de Atenção Primária à Saúde, para alcançar cobertura de 100% dos imóveis de Várzea Grande visitados por nossas equipes, a fim de eliminar as larvas já existentes e evitar novos criadouros”, disse o secretário.

Os trabalhos começaram nesta semana por meio do Plano Municipal de Contingência. O documento foi elaborado com o intuito de auxiliar nas ações e respostas às epidemias de dengue e demais doenças que o mosquito transmite, evitando, assim, sérios danos às pessoas moradoras de Várzea Grande, e tem a finalidade de diminuir as notificações de casos das doenças transmitidas pelo mosquito.

As ações estão sendo iniciadas na Região do Grande Cristo Rei.

“Se cada cidadão fizer a sua parte, evitando água parada e descoberta em locais que possam servir de criadouros de mosquito, estaremos fazendo juntos um grande mutirão semanal de limpeza em todo o município”, ressaltou o secretário Gonçalo de Barros.

A principal dica é redobrar os cuidados com a limpeza de caixas d’água, piscinas, calhas de telhados, pratos de vasos de plantas. É preciso cuidado também com os quintais das casas para não amontoar lixo com sacos plásticos, garrafas, pneus ou qualquer outro objeto que possa acumular água da chuva. O alerta vale, inclusive, para as pessoas que vão viajar e deixar os imóveis fechados nesse período. Isso porque qualquer recipiente com água, mesmo que em pequena quantidade, pode virar um criadouro do Aedes aegypti.

Os ovos do mosquito Aedes permanecem vivos por cerca de um ano sem água e basta apenas um contato com umidade para que as larvas apareçam. O ideal é que o morador faça uma vistoria no seu imóvel e nas redondezas do mesmo, ao menos uma vez por semana.

Tampar os grandes depósitos de água, cobrir piscinas, manter os ambientes limpos removendo o lixo e limpar com bucha as laterais e bordas de recipientes com água, como os vasos de planta, são medidas simples que evitam a proliferação do mosquito.

Fonte: Estadão de MT